domingo, 2 de dezembro de 2012

O DISCURSO QUE NÃO FIZ


A emoção e o avançado da hora não permitiram que fosse feito este discurso na formatura do EMES em 2012
"É com imenso prazer e satisfação que estendo boas vindas a todos os presentes nesta noite, que para muitos de nós é a mais importante de nossas vidas.
Lúcio Aneu Sêneca, um filosofo romano do primeiro século disse: 
“Quando o homem não sabe para que porto está rumando, não importa para que lado sopra o vento, pois nenhum deles lhe será favorável.” 
Muitos em nossos dias tem ficado como ondas num mar revolto, impelidas pelo vento e lançadas de um lado para o outro. Mas, onde encontrar um caminho? Como descobrir a melhor jornada a ser implementada? 
Para alguns aqui presentes a resposta talvez seja óbvia: Educação! E se isso for realmente verdade, a questão se faz perguntar: O que está envolvido neste ato educativo? Para Paulo Freire, “construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito”.
 É isso que nós estamos tentando agora. Esse é mais um passo em direção à atitude política e filosófica responsável pela mudança dos quadros pré-estabelecidos, mudança esta avidamente procurada por homens como Paulo Freire, mas também procurada por  nós e procurada por vocês.
   O dia hoje é de festa. E como toda boa festa  devemos agradecer ao principal responsável por essa vitória: o nosso Grandioso Deus. 
Nesta noite na qual nos reunimos para celebrar uma conquista, não apenas particular, de cada aluno, mas coletiva, com muitas pessoas participantes, lembramos da frase do poeta português Fernando Pessoa,Tudo vale a pena se a alma não é pequena”, que nos ensina a encarar os  desafios com o espírito elevado, com a alma grande, maior que o obstáculo, mais forte do que imprevisto, mais alta que o próprio desafio.
  O desafio do EMES, uma escola  diferenciada, heterogênea que evoluiu com o passar dos anos. Alunos que não nutriam o mínimo interesse por aprender, hoje sonham com a faculdade.
 Outros tantos que mantiveram o alto nível de aprendizado e absorveram o máximo de conhecimento quanto puderam, alguns outros que escolheram se contentar com pouco, mas... a vida não é feita de escolhas?
  Parabenizamos  os alunos e alunas que chegaram até aqui e escolheram o melhor pras suas próprias vidas: o exercício da disciplina, a valorização das amizades e da camaradagem, através de atividades intra e extra escolares e o convívio respeitoso com todos. 
Ensinamos  que reclamar é saudável, mas com elegância e respeito ao reclamado, sem baixarias nem movimentos subterrâneos, escondidos da luz da superfície. Mais do que matemática, química ou física, Inglês, Português ou História, é necessário desenvolver valores que ensinem para a vida, não apenas para ser aprovado em um vestibular, para ressaltar o que orienta o Espaço Municipal de Ensino Supletivo, que preza pela Educação para a Vida.
  Para chegar até aqui, foram necessários vários esforços conjuntos, não só dos alunos, mas de professores, da equipe de direção, funcionários e principalmente, seus familiares. Hoje, orgulhosamente, estão concluindo o Ensino Médio, diante de tantas testemunhas.
Chegamos ao EMES em fevereiro de 2006, encontramos uma escola ainda menina, criada em 19 de novembro de 2003, na época com pouco mais de 300 alunos. Ainda sem nenhuma publicação em Diário Oficial de  concluintes do ensino médio.
Hoje deixamos o EMES, com 1352 alunos matriculados até novembro, 548 alunos concluintes com suas publicações em D.O e com seus respectivos certificados, e  até ontem  mais 60 concluintes do corrente ano, aguardando a publicação em D.O, para receberem seus certificados.
“É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho de realizar escrupulosamente nossas fantasias, sonhos, acredite neles”.Assim dizia Lênin.
Mas, o que temos feito para realizar nossos sonhos?
 Permita-me contar-lhes uma pequena estória: “em um certo lugar distante existia uma cidade e próximo dela residia um sábio muito famoso por seus conselhos e conhecimentos. Residia, porém na cidade uma menina muito sagaz, que na sua sabedoria adolescente resolveu desafiar o sábio. Disse ela aos seus companheiros de folguedos: ‘Vou vencer o famoso sábio. Levarei uma pequena borboleta em minha mão e perguntarei ao sábio: ‘Sábio, a borboleta em minha mão está viva ou morta?’ Se ele me responder: ‘Está viva!’ Eu a esmagarei em minha mão. E se ele disser: ‘Está morta!’ Eu abrirei minha mão e a borboleta voará invicta e ele terá errado! E se pôs a menina em direção à casa do sábio. Lá chegando, perguntou-lhe: ‘Sábio, a borboleta em minha mão está viva ou morta?’ E ele, fitando a menina e com toda sua sabedoria respondeu: ‘A resposta está em suas mãos’”.
Colegas, senhores componentes da mesa, senhores concluintes, pais , filhos e demais presentes, a mudança do que está imposto depende unicamente do posicionamento de cada um de nós como membros ativos da sociedade. E, se não julgarem pretensão minha, reflitam sobre essa pequena estória. E lembre-se, a solução pode estar em sua mão!
(Obrigado!)
Professora Suely Nunes de Paula

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