quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Importância da política para o futuro do nosso país.

Carlos Ferreira Lopes é aluno do Ensino Fundamental do Espaço Municipal de Ensino Supletivo -EMES. Trabalho apresentado dentro do Projeto Quem Somos Nós?
A Importância da política para o futuro do nosso País
A imagem que os brasileiros tem dos políticos não é das melhores, principalmente pelos constantes escândalos e pelas grandes denúncias diárias que aparecem nos telejornais e revistas.Por isso é comum que a maioria da população não acredita que pode tentar mudar o que está errado .Isso é uma situação preocupante, ainda mais se analisarmos como os jovens enxergam a política. Os jovens de hoje é a peça chave para criar uma sociedade melhor no futuro.
Os jovens não podem deixar de participar da vida política do país, é importante que eles tenham consciência.Dessa forma a política pode ser renovada e teremos condições de limpar o que está errado.
Por isso não podemos ficar de braços cruzados, não basta apenas criticar, os jovens tem que participar das ações coletiva dos bairros.
É necessário que o poder público valorize a participação dos jovens na construção de seu futuro, ajudando a prepará-los para lidar com os problemas específicos na educação, na saúde, meio ambiente, no emprego e no lazer.Ajudando na tomada de decisões para o futuro.Somente assim conseguiremos mudar o rumo do nosso país.

Quem Somos Nós? Nas Eleições

Paulo Eduardo de Menezes é aluno do Ensino Médio do Espaço Municipal de Ensino Supletivo-EMES.Matrícula M 1821/10
Trabalho apresentado a professora de Geografia Rosana Carvalho da Silveira
Não jogue seu voto fora!
Quando votamos, exercemos os direitos que conquistamos através de sangrentas batalhas em nome da democracia,irmãos e irmãs, brasileiros e brasileiras, torturados, presos, exilados e assassinados, lutaram bravamente para garantir nosso direito a escolha dos governantes, contra um regime militar facista e doente que envenenaram as veias de liberdade em nossa nação.
É para honrar estes heróis anônimos que devemos escolher conscientemente e fiscalizar o trabalho de nossos candidatos, optando por aqueles que encaminhem nosso rico pais pelo caminho de uma sociedade justa, sem preconceitos onde os valores humanos subjulgarão a triste visão mediocre de alguns que acham que as diferenças são doenças imorais, esquecendo que a diferença miscigenada criou o Brasil.
Não jogue seu voto fora, não se vende a cidadania,seja consciente e fiscalize seu candidato, pois não importa quem ele seja, o poder corrompe aqueles fracos de espírito.

Quem sou Eu?Quem é Você?Quem somos Nós?

Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós?
A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA







Projeto
Identificação:
Espaço Municipal de Ensino SUPLETIVO
Rua quinze de novembro-210-centro-Rio Bonito-RJ
Diretora: Suely Nunes de Paula
Orientadora Educacional: Delaila Guimarães Muniz
Orientadora Pedagógica: Fernanda Valéria de Souza Leite

Título:
Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós?
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses” Sócrates.
Equipe Envolvida:
Diretor, orientadores, professores, funcionários e alunos.
Introdução:
“O ambiente educativo deverá ter como referencial os quatros pilares da Educação, segundo Jacques Delors, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser”
O EMES é um espaço de ensino, aprendizagem e vivências de valores. Nele, os alunos se socializam e experimentam a convivência com a diversidade humana através de atendimentos individuais e ou em grupos.
Focamos a prática pedagógica no desenvolvimento dos alunos, o que significa conhece-los, compreender suas diferenças, demonstrar interesse por eles, conhecer suas dificuldades e incentivar suas potencialidades.
Partindo dessa perspectiva, o Projeto traz a proposta de realizarmos um trabalho que possibilite a conscientização das emoções, reflexão, discussão e envolvimento no planejamento coletivo das atividades escolares, que fortalecem a noção de cidadania e de igualdade entre todos.
Talvez o significado mais marcante de nosso trabalho e de maior alcance futuro seja simplesmente nosso modo de ser e agir enquanto equipe. Criar um ambiente onde o poder é compartilhado, onde os indivíduos são fortalecidos, onde os grupos são vistos como dignos de confiança e competentes para enfrentar os problemas-tudo isto é inaudito na vida comum.

A afetividade é um componente básico do conhecimento e está intimamente ligado ao sensorial e ao intuitivo. A afetividade se manifesta no clima de acolhimento, de empatia, inclinação, desejo, gosto, paixão, de ternura, da compreensão para consigo mesmo, para com os outros e para com o objeto de conhecimento. A afetividade dinamiza as interações, as trocas, a busca, os resultados. Facilita a comunicação, toca os participantes, promove a união. O clima afetivo prende totalmente, envolve plenamente, multiplica as potencialidades. O homem contemporâneo, pela relação forte com os meios de
comunicação e pela solidão da cidade grande, é muito sensível às formas de comunicação que enfatizam os apelos emocionais e afetivos mais do que os racionais.
A educação precisa incorporar mais as dinâmicas participativas como as de autoconhecimento (trazer assuntos próximos à vida dos alunos), as de cooperação (trabalhos de grupo, de criação grupal) e as de comunicação (como o teatro ou a produção de um vídeo).

Justificativa:
De todos os julgamentos que fazemos, nenhum é tão importante quanto aquele acerca de nós mesmos. A auto-estima é requisito essencial para uma vida satisfatória, pois afeta crucialmente todos os aspectos da nossa existência. Nossas reações aos acontecimentos cotidianos são determinadas por quem e pelo que pensamos que somos. Para que a baixa auto-estima não tome conta de nós, precisamos nos sentir valorizados e respeitados, em primeiro lugar por nós mesmos. É daí que nasce a confiança em nossa capacidade de ser e agir diante das outras pessoas e do mundo. A confiança em nós depende da imagem que fazemos de nós mesmos e está intimamente ligada à nossa auto-estima. Muitos autores afirmam que o autoconceito influencia o desempenho escolar desde as primeiras séries até os estudos universitários. Afirma, também, que o autoconceito nasce da percepção que o aluno tem das suas habilidades. O fato de se considerar bom ou ruim pode acabar influenciando o seu desempenho escolar na medida em que poderá afetar seu grau de esforço, de persistência e o seu nível de ansiedade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais, baseados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/96), defendem que o aluno desenvolva o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social.
Objetivo Geral:
l Promover a auto-estima do aluno, estimulando as dimensões cognitivas, afetivas, socializadoras, motivadoras e criativas fomentando as Inteligências Múltiplas, utilizando - por meio do lúdico - conteúdos de Arte, Ética e Produção de Textos;
l Estimular a busca de desafios criando meios de solucioná-los; para estimular o aluno ao envolvimento global em situações de aprendizagens sociais;
l Reconhecer e valorizar a cognição, a socialização, a afetividade, a criatividade e a motivação como dimensões da natureza humana que, e por onde, perpassam o processo educativo;
l Promover reflexões com vistas a ampliar suas possibilidades enquanto ser humano;
l Possibilitar o desenvolvimento da autonomia moral e condições para a reflexão ética;
l Contribuir com a construção da sua identidade pessoal.
Metodologia:
Será desenvolvido por meio de aproximações interdisciplinares com Língua Portuguesa (Redação) e Arte, da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, história, filosofia, sociologia, inglês, por prever a “compreensão dos elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que constituem a identidade própria e a dos outros”.
O Projeto é composto por estudos e atividades práticas, como leituras dramatizadas, produção lúdica de textos, correio da amizade, carta-compromisso pessoal, jornais murais, telejornais, júris simulados, relaxamentos, jogos educativos, dinâmicas de grupos, exibição de filmes, audição de CDs, realização de palestras que enfoquem a auto-superação e autovalorização.
Os encontros serão realizados semanalmente e terão como meta os fenômenos a mobilizar e as áreas envolvidas, mediadas pela linguagem lúdica. Cognição (exercício da linguagem, percepção, abstração, formação de conceitos, argumentação); socialização (interação, integração, liderança); Afeição (sensibilidade, estima, simpatia, empatia); Motivação (curiosidade, ação, envolvimento); Criatividade (imaginação, autodescoberta, invenção).

Áreas de Conhecimento:
Português, artes, história, filosofia, sociologia, inglês, ciências, biologia.

Desenvolvimento do Projeto:
Cronograma:
O projeto será desenvolvido durante todo o ano de 2010.
Etapa, realizações e produções:
1-Quem sou eu? (1º bimestre)
.Inteligência intrapessoal:
-História de vida (alunos/professores/funcionários) L. portuguesa;
-Lugar de origem (gráfico-percentual) Matemática;
-Como fui formado?Ciências-biologia;
-Origem das famílias-História;
-Religiões – Filosofia;
-Cor/raça-Filosofia;
Profissões, etc. – Sociologia;
Depoimento de ex-alunos que estão na faculdade.
2-Quem é você? (2ºbimestre)
.Inteligência interpessoal:
-Identificar os diversos grupos sociais: escola, família, clube, igreja, agremiação... Sociologia, história, l. inglesa;
-Pré-conceito - filosofia, inglês;
-Valores e virtudes – todas as disciplinas.

3-Quem somos nós? (3º bimestre)
-ECA/Direitos humana-história, sociologia, português, filosofia;
-Eleição/democracia – todas;
-Direitos e deveres - todas;
-Governo e Estado - história, matemática e sociologia;
-Influência de outras culturas-l. Inglesas.

Sugestões de atividades:
.Trabalhar com textos.
.Confecção de quadros pintados pelos alunos.
.A cerca, A corrida dos sapinhos, Aprendendo a gostar de si mesmo, Atire a primeira flor, Cuidado com a palavra não, Com que letra começa o seu nome, Deus e o anjo, Fale um pouco sobre você, Ria da vida, O melhor que pude.
.Árvore dos sonhos-desenhar uma árvore em papel pardo ou cartolina, colocar a seguinte pergunta: O que desejo para 2010? Entregar aos alunos, professores e funcionários uma folha da árvore para que eles escrevam os seus sonhos para 2010. Depois colar Na árvore.
.Elaborar um “livro” com registro dos alunos.
.Trabalhar com frases e poesias relacionadas ao tema.
.Teatro
.Dinâmicas: “Eu e o outro” e etc.
.Álbum de fotos com pensamentos.
.Júris simulados, dramatizações, jornal-mural, jogos, filmes, palestras, etc.
.Músicas “É preciso saber viver” e outras.
.Colcha de retalhos: Pedaços de retalhos coloridos com 20cmx20cm, caneta de tecido. Ex.: Coisas que aprendi na vida até agora? Minha perspectiva de vida... Meu maior sucesso é... etc. Cada aluno, professor e funcionário irá costurar o seu pedaço e assim ao final do ano letivo, teremos uma colcha ou painel de retalho feita pelo grupo.
.Exposição de trabalhos com o tema: Resgate de valores mostrando a criatividade e diversidade de idéias dos alunos, dos professores e funcionários.

Avaliação:
1. Autoavaliação verbal pelo aluno, com o valor variável entre zero e quatro pontos e enfoque nos seguintes itens: A) assiduidade; B) pontualidade; C) participação prática; D) interesse; E) aproveitamento pessoal.
2. Avaliação pelo professor com base nas atividades propostas realizadas efetivamente pelo aluno, com menção na escala de zero a quatro.
3.No decorrer do processo, serão disponibilizados, esporadicamente, bônus com valores variáveis entre 0,5 e 1,5 pontos, na forma de tíquetes, que o aluno coleciona durante o bimestre ou ano letivo para usar quando preferir para ajudar compor sua nota, sempre que tomar parte de determinadas atividades, a fim de estimular a participação destes na programação do Projeto.



Bibliografia:
Livro: Um voo possível- O sucesso escolar nas asas da Auto-estima.
.Dinâmicas de grupo e textos criativos.
Portal da educação lúdica e outros portais.
Cartilha Prêmio SESI- Qualidade da Educação

Observações:
Cada item sugerido será desenvolvido em forma de sub-projetos.
Este Projeto é flexível e poderão ocorrer mudanças durante o seu desenvolvimento, conforme se fizer necessário.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Importância do Voto

Aluna :Luciene Ferreira da Silva
Ensino Fundamental
A Importância do Voto
A maioria dos brasileiros não acha importante votar. Eu confesso que custei muito a aprender valorizar o meu direito de votar.
Se todos parassem para pensar, veriam que há candidatos sérios e corruptos. As pessoas é que tem que aprender a pesquisar a pessoa em questão, para o tal cargo.
Se não vivéssemos em uma democracia, nós iríamos ter que "engolir" os candidatos que seriam indicados pelos próprios políticos. Por isso a importância de todos os brasileiros, saberem em quem está votando, ver as propostas oferecidas por ele antes de votar.
O ideal é que todos os brasileiros, que estiverem em condições,votem.Mas para isso, primeiro temos que analizar todos, sem excessão, o que eles teem a nos propor em relação às melhorias que precisamos.
Temos que olhar mais para aqueles que priorizam os serviços básicos como:saúde, educação, segurança, emprego e outras necessidades da nossa população.
Concluindo: Pensem, analisem, e votem com consciência.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Marina Silva é entrevistada no Bom Dia Brasil parte 2 2 20 09 10

Marina é entrevistada pelo Bom Dia Brasil

Candidata do PV foi a primeira de série com presidenciáveis.
Dilma (PT) e Serra (PSDB) serão entrevistados nesta semana.


A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, foi entrevistada na manhã desta segunda-feira (20) pelo Bom Dia Brasil. Os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) também serão entrevistados nesta semana. A ordem das entrevistas foi definida em sorteio. Marina respondeu a perguntas dos entrevistadores durante 20 minutos. Confira abaixo a transcrição das perguntas e respostas e veja os vídeos com as duas partes da entrevista.



Renato Machado – Candidata, a senhora promete criar educação em tempo integral, escolas com laboratórios, computadores, bibliotecas, alimentação e os economistas dizem que seria preciso gastar 10% do PIB durante 10 anos para conseguir tudo isso. Hoje esse investimento está em 5%. Não é prometer o que vai ser impossível de se cumprir em 4 anos?

Marina Silva – Não, Renato. É uma questão de prioridade. Até porque quando eu falo educação em tempo integral, é diferente de escola em tempo integral. Educação em tempo integral é você, mesmo na escola normal, de um período, você combinar com outras atividades pedagógicas em que a criança pode ir a museus, bibliotecas, visitar parques, comunidades e assim ela está sendo educada por outras práticas, que não necessariamente na sala de aula. Talvez seja esse o equívoco que as pessoas estão identificando... que na verdade não é, não é escola de tempo integral, é educação integral. O processo de ensino e aprendizagem pode se dar de uma forma mais abrangente que o tradicional cuspe e giz dentro de sala de aula. É isso que eu estou inovando. E o que eu estou dizendo é que é perfeitamente possível sair dos atuais 5% do PIB investidos em educação para 7% até o final de 2014, começando já em 2011. Para isso, a gente tem que melhorar a qualidade do gasto público e evitar desvios de verba pública como aconteceu no caso do Amapá, que estão roubando o futuro do Brasil duas vezes: nos recursos públicos e no futuro das crianças.

Renata Vasconcelos - Pois é, candidata, a senhora mesmo acabou de dizer, ou seja, promete gastar mais, aumentar de 5 para 7% os investimentos em educação e ao mesmo tempo a senhora defende austeridade nos gastos. Para a conta poder fechar, exatamente de onde a senhora vai tirar dinheiro para isso, para educação?

Marina – Evitar o desvio dos recursos públicos, Renata. O que acontece no Brasil...

Renata – São 18 bilhões de reais a mais, candidata.

Marina – Mas, preste atenção, Renata. É uma questão de prioridade. A gente conseguiu capitalizar R$ 180 bilhões no BNDES para investir em algumas empresas e sem critérios transparentes. Estão dizendo que vão fazer o trem-bala, que daria para dobrar durante um ano os recursos para educação. É uma questão de prioridade. Nós vamos priorizar a educação. Nós estamos vivendo um apagão de recursos humanos. Um país não vai a lugar nenhum se não investir em conhecimento, tecnologia e inovação. Ainda temos 15 milhões de jovens analfabetos. Cerca de 40% das nossas crianças entram no ensino fundamental mas não chegam sequer à oitava série. Isso não é aumentar gasto. É aumentar o investimento naquilo que de fato faz a diferença: gerar igualdade de oportunidade para que esse país possa fazer jus às imensas oportunidades que ele tem. Sem investimento em educação a gente não chega a lugar nenhum. Nós já estamos importando a mão de obra qualificada para os melhores postos de trabalho.

Miriam Leitão - Candidata, está acontecendo agora a capitalização da Petrobrás. Isso interessa a milhares de pessoas, acionistas da empresa. A senhora sempre teve uma posição contra a economia de alto carbono, como a senhora diz, e teve esse acidente horroroso no Golfo do México. O que a gente pode esperar se a senhora for eleita, uma mudança, um adiamento na exploração do pré-sal, para mais seguranças? O que a senhora diz sobre o pré-sal?

Marina – Em relação ao pré-sal, Míriam, eu sempre digo que o uso do petróleo ainda é um mal necessário, no mundo inteiro e no Brasil também. Agora, o Brasil é o país que reúne as melhores condições para dar esse salto de mudança de energia fóssil para renovável. Então, a capitalização é importante e nós devemos fazer os investimentos para que a exploração tenha as melhores tecnologias para evitar acidente como no Golfo do México, evitar emissões já na exploração e uma parte dos recursos...

Miriam – Mas mantém a exploração do pré-sal?

Marina – Mantém a exploração com segurança. Isso é fundamental. Ter inclusive uma atitude transparente em relação aos procedimentos, às tecnologias que serão usadas. E eu proponho que se estabeleça um comitê cientifico de acompanhamento independente, da sociedade civil. Que as instituições de pesquisa, de forma independente possam acompanhar e auditar, sempre que acharem necessário, o que está sendo feito, exatamente para evitar acidentes como o do Golfo do México. E uma boa parte dos recursos seria e investido em tecnologia, inovação, para que a gente substituía no mais rápido, curto, tempo a questão do uso dos combustíveis fósseis. Não é? Eu sempre repito uma frase inteligente de um diretor do Banco Mundial que disse: 'Nós saímos da idade da pedra não foi por falta de pedra. Foi porque encontramos outras práticas'. É preciso sair da idade do petróleo antes que o petróleo acabe com a idade do planeta.

Renata – Candidata, eu vou insistir nas promessas. A senhora propõe investir em saneamento básico R$ 20 bilhões por ano durante dez anos, mas o mandato é de quatro anos. O que é possível fazer em quatro anos?

Marina – Em quatro anos, é manter essa preocupação, Renata, se nós quisermos resolver o problema de 80% da população que não tem esgoto tratado. É um absurdo uma coisa dessa. Só 13% dos municípios têm aterro sanitário, a maior parte... A outra parte são lixões. Se nós não fizermos esses investimentos estratégicos, nós não vamos melhorar a qualidade de vida da população.

Renata – De que forma a senhora vai fazer esses investimentos, objetivamente?

Marina – De que forma? Nós vamos evitar o desperdício do gasto público. Existe muito desperdício. Eu vou criar um sistema transparente de acompanhamento da gestão pública. São cerca de quase 5% do PIB que é drenado em corrupção. Se nós criarmos um sistema de acompanhamento transparente, um estado profissionalizado, nós vamos evitar o dreno da corrupção. Quero também que a gente possa imaginar que é possível uma gestão que não se orienta pelo fisiologismo, do aumento de cargos, um estado profissionalizado, mobilizador. Durante quatro anos eu quero priorizar os investimentos estratégicos para que o Brasil possa viver com dignidade. Agora, isso não é promessa, Renata. Isso está no programa de governo, numa plataforma, que diferentemente dos outros candidatos, que não fizeram isso... O governador Serra apresentou um discurso. A ministra Dilma, várias versões. Sabe por quê? Porque eles não se prepararam para debater o Brasil. Se prepararam para o embate. E tem mais. Na minha plataforma de governo, o que eu estou dizendo, é que nós vamos trabalhar esses recursos priorizando as áreas estratégicas. Por quê? Hoje as pessoas acham perfeitamente normal os investimentos que já estão no PAC. Agora, é bom pensar que durante dez anos... oito anos do governo Fernando Henrique, foram investidos apenas R$ 10 bilhões em saneamento. O que era para ser feito em um ano foi investido em oito anos.

Renata – Pois é, candidata, então falando em dinheiro, em impostos. A senhora pretende aumentar a arrecadação criando as chamadas taxas verdes. A senhora vai aumentar os impostos? A carga tributária já está tão alta.

Marina - Não tem como você dizer que isso é aumentar os impostos, Renata.

Renata – O que seriam essas taxas verdes?

Marina – As taxas verdes é você imaginar que existem determinadas atividades que são altamente danosas ao meio ambiente. Se você quer fazer uma termoelétrica, você vai ter que pagar o preço das emissões de CO2. É para que a gente possa educar e incentivar que os investimentos possam ir para as práticas renováveis.

Miriam – Então o petróleo tem então taxa verde?

Marina – No caso das termoelétricas, sim. E, por exemplo, se você vai fazer uma eólica, você pode ter inclusive incentivo. E hoje o custo da eólica já é mais barato do que o de uma termoelétrica. É uma questão de pensamento estratégico.

Renato – Candidata, são várias propostas que custam muito e o seu partido, por exemplo, não fez alianças nacionais. Como é que a senhora espera conseguir apoio para fazer todas essas mudanças que a senhora... apoio no Congresso, apoio político... para fazer todas essas mudanças que a senhora está enumerando?

Marina - Olhe, Renato. Eu talvez seja a única candidata que pode fazer essas mudanças. Porque eu não estou presa às velhas alianças, aos atravessadores da política. E eu estou dizendo claramente que, se ganhar, eu vou governar com os melhores do PT, do PMDB, do PSDB, do PDT, e vou conversar diretamente com aqueles parlamentares que se mobilizam por programas. Vou me... compor a minha base de governança e os cargos do governo que precisam ser preenchidos com os melhores porque o que nós temos aí são as velhas alianças, que já estão amarrando nos compromissos fisiológicos a mesma repetição dos erros. O PSDB tentou governar sozinho, ficou refém do fisiologismo do PMDB e do Democrata. O PT tentou governar sozinho, ficou refém do fisiologismo do PMDB. No meu governo, eu vou compor com aqueles que se mobilizam programaticamente e não pragmaticamente. Eu sou a única que talvez possa fazer essa transição, mudando a lógica dos governos que são feitos a partir do interesse fisiológico. E eu quero mobilizar a sociedade brasileira por programa, por projeto. É por isso que eu tenho debatido educação, saúde, segurança pública, infraestrutura, tenho debatido como cuidar do meio ambiente sem que isso signifique perder as oportunidades de investimento econômico e social.

Renata - A senhora disse diversas vezes que não é preciso discutir quem é o melhor gerente para o Brasil, porque não é isso que vai nos tirar do atraso. Mas, candidata, um presidente não tem que ser um bom gerente ou um bom gestor?

Marina - Um presidente da República tem que ser um bom gestor e ter pensamento estratégico. Um gerente a gente consegue quando tem boas propostas. O presidente Fernando Henrique não era um gerente. Era um homem com visões estratégicas. Por isso, foi possível fazer o Plano Real. O presidente Lula não é um ‘gerentão’, é um home com visão estratégica.

Renata - A senhora se considera uma boa gerente?

Marina - Por isso foi possível fazer um programa que tirou 24 milhões de pessoas da pobreza. Quando a gente tem pensamento estratégico, a gente consegue os melhores gerentes. Agora, quando não se tem pensamento estratégico, não se consegue fazer nada na Presidência da República nem com os melhores gerentes. É por isso que eu estou me dispondo a debater o Brasil estrategicamente. Um país que tem o atraso na educação que nós temos ainda é falta de colocar essa questão como estratégica para o nosso desenvolvimento econômico-social. Um país que não cuida adequadamente dos seus ativos ambientais é falta de pensamento estratégico. É por isso que eu estou dizendo que não precisamos de ‘gerentões’, precisamos de quem tem uma visão estratégica do país e, com ela, se mobiliza os melhores gerentes.

Renato - Candidata, a senhora tem dito que uma constituinte pode ser importante para repensar o Brasil. No continente, os exemplos de constituintes que nós vimos são exemplos que levam, às vezes, a governos autoritários que não respeitam às liberdades individuais, que restringem as liberdades. A senhora está levando isso em conta quando propõe uma Assembleia Constituinte.

Marina - Note bem, Renato, eu não disse que era para repensar o país. Eu disse que era talvez necessário uma Constituinte exclusiva para as reformas, principalmente a reforma política e a reforma tributária, a reforma da previdência, porque essas reformas estão aí há 16 anos. E em função dos inúmeros interesses, elas não conseguem andar. Uma constituinte com um termo de referência exclusivo para estes aspectos e não para tocar causas pétreas da Constituição. Isso nem pode, não há nem mecanismo constitucional e legal para fazer isso. E evitar toda e qualquer aventura que nos leve para o desequilíbrio da democracia no que concerne a compatibilizar a democracia representativa com a democracia direta. Esse equilíbrio precisar ser feito para não cairmos na tentação dos processos plebiscitários que podem ser igualmente autoritários.

Miriam - Candidata, a senhora, na sabatina do Globo, disse que a senhora saiu do governo quando a posição do governador Blairo Maggi ficou forte dentro governo, e a senhora e não viu espaço. Mas, em um debate recente, a candidata Dilma Rousseff disse para a senhora que vocês duas tiveram juntas no combate ao desmatamento e, por isso, o desmatamento caiu. Quer dizer, tendo uma aliada forte como a ex-ministra Dilma Rousseff, a senhora cedeu à pressão de um governador ou vocês duas estiveram em campos opostos na área ambiental dentro do governo Lula?

Marina - Miriam, o plano de combate ao desmatamento foi um plano concebido por mim e pela minha equipe, talvez uma das grandes conquistas do estado brasileiro. Esse plano começou em 2004, quando desmatamento estava em 27 mil quilômetros quadrados. Começou a ser implementado e em 2005 ele caiu para 18 mil.

Miriam - Eu conheço esses dados. O que eu quero saber é se vocês duas foram aliadas e estiveram juntas nas ações ambientais ou estiveram em campos opostos?

Marina - Nessa questão do desmatamento, eu fazia a coordenação executiva do plano. E a Casa Civil tinha um papel muito mais político de convocação. Quem dava todo o suporte técnico e articulava os ministérios era eu juntamente com a minha equipe. Como eu tinha um trânsito muito grande com o ministro da Justiça, o ministro da Defesa, e de Ciência e Tecnologia e o ministro do Desenvolvimento Agrário...

Miriam - Mas saiu porque o governador pensava diferente?

Marina – Não, Miriam, presta atenção. O governador estava pressionando diretamente o presidente da República. Eu sempre digo...

Miriam - E presidente cedeu?

Marina - Eu sempre digo, eu estava em uma situação em que eu percebia que estava sendo retirado o apoio para mim. O Mangabeira pressionava, Blairo Maggi, o governador de Rondônia, Stephanes para que as medidas fossem revogadas dizendo que os nossos dados, os dados de institutos de pesquisa estavam errados e quem estava certo era os dados da Secretaria de Meio Ambiente do governador Blairo Maggi. Nesse aspecto, por uma questão de justiça, a ministra da Casa Civil nem estava participando diretamente desse processo. Eram eles diretamente com o presidente em uma reunião, e quem liderava esse processo era o Stephanes e o Mangabeira Unger. Quando eu percebi que eles estavam induzindo o presidente ao erro, de revogar as medidas baseadas em dados de uma secretaria de Meio Ambiente do estado do Mato Grosso, eu pedi para sair. Fiz um bem para o governo, fiz um bem para a sociedade e principalmente para a Amazônia, porque o desmatamento continua caindo até hoje.

Renata - Então, candidata, falando ainda em meio ambiente e em energia, a senhora afirma que o Brasil está à beira de um apagão, mas a senhora também faz muitas ressalvas à construção de hidrelétricas na Amazônia, e já se disse contra o carvão, o óleo combustível, energia nuclear. Sugeriu aqui inclusive a taxar o petróleo. Mas, então, como livrar o país desse risco a que a senhora se refere?

Marina - Planejamento, Renata. Como é que alguém pode imaginar que um país como o nosso, que está crescendo a 7% ao ano, todo ano fica refém de um empreendimento. Na época do Madeira, ou faz o Madeira o Brasil entra em apagão. Agora, é Belo Monte. Ou faz Belo Monte ou entra em apagão. Isso é falta de plano. Não tem um plano para infraestrutura. Nós vamos resolver isso com um plano, com um programa. O PAC não é um programa. O PAC é apena uma junção de obras, e uma junção de obras que faz o seu papel gerencial.

Renata – A senhora reveria Belo Monte, se eleita?

Marina - Belo Monte é um empreendimento que tem muitas dúvidas. Um diretor, inclusive, se demitiu dizendo que tinha pressões políticas. E infelizmente foi dada a licença sem resolver problemas sociais e ambientais. Há uma responsabilidade. Existem 42 condicionantes para Belo Monte. Eu não sei se elas, sendo cumpridas, o problema será resolvido. Um projeto para ser viável, tem que ser viável economicamente, socialmente e ambientalmente. No meu governo, as três coisas terão que estar caminhando juntas. E você pode crer: a gente, quando entende do assunto, viabiliza mais rápido, sem perda de qualidade. Nós resolvemos 45 hidrelétricas que estavam na Justiça, no governo anterior. Quando eu saí, todas estavam resolvidas e nenhum dos meus diretores estavam sendo processados. Hoje, dizem que agilizaram, mas muitos foram para a Justiça em função de terem feito mal feito.

Miriam – Candidata, está faltando um minuto. Eu queria fazer uma pergunta. É o seguinte: há uma corrente no Brasil que acha que as leis trabalhistas precisam ser mudadas para dar mais agilidade ao mercado de trabalho e para criar mais emprego. A outra corrente acha que isso é tirar direito trabalhista. A senhora está do lado de quem?

Marina - Eu estou do lado da eficiência que faz com que a gente tire da informalidade metade da população economicamente ativa.

Miriam - Mudando as leis trabalhistas?

Marina - As leis trabalhistas podem ser revisadas, revisitadas, sem perda dos trabalhadores, porque hoje, do jeito está, nós já temos 50% da força de trabalho economicamente ativa que está na informalidade. E isso é um problema, inclusive, para o trabalhador. Tem que ter uma discussão. Agora, Miriam, é fundamental que a gente busque uma eficiência da gestão. Todos esses erros que estão acontecendo na gestão pública precisam ser tratados com eficiência e transparência.

Renato – Candidata, por favor. Desculpe interrompê-la desse modo, tão abruptamente. A senhora tem 30 segundos. Eu sou obrigado a interrompê-la com 30 segundos para as suas considerações finais.

Marina - Eu quero dizer para a população brasileira que eu me dispus a debater o Brasil, não um embate, mas um debate para que a gente possa ter a educação, a saúde, a segurança pública, a infraestrutura de qualidade, e uma gestão pública que acabe com os desmandos que nós temos, que as instituições possam funcionar com neutralidade, que a gente possa aprender com os erros para não repeti-los, como está acontecendo seguidas vezes na Casa Civil, nos Correios, no Congresso Nacional. É isso que nós precisamos aperfeiçoar: a gestão pública para que o Brasil possa ser passado a limpo e a gente saia do retrocesso na política.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eventos diversos/2010






Olimpíada de Matemática
Palestra com o Astrônomo Reinado Pinto preparação para a Olimpíada de Astronomia e Astronaútica (OBA)