segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Questões essenciais sobre projeto político-pedagógico

Questões essenciais sobre projeto político-pedagógico

Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso PPP. Se você prestar atenção, as próprias palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele:

- É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.

- É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.

- É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:

- Missão
- Clientela
- Dados sobre a aprendizagem
- Relação com as famílias
- Recursos
- Diretrizes pedagógicas
- Plano de ação


Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação professores, funcionários e todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensa - lo . "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazos", diz Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.

Compartilhar a elaboração é essencial para uma gestão democrática

Infelizmente, muitos veem o PPP como uma mera formalidade a ser cumprida por exigência legal - no caso, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Essa é uma das razões pelas quais ainda há quem prepare o documento às pressas, sem fazer as pesquisas essenciais para retratar as reais necessidades da escola, ou simplesmente copie um modelo pronto.

Na Conferência Nacional de Educação (Conae), o projeto político pedagógico foi um dos temas em destaque. Os debatedores lembraram e reforçaram a idéia de que sua existência é um dos pilares mais fortes na construção de uma gestão democrática. "Por meio dele, o gestor reconhece e concretiza a participação de todos na definição de metas e na implementação de ações. Além disso, a equipe assume a responsabilidade de cumprir os combinados e estar aberta a cobranças", aponta Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de Pedagogia e pesquisadora do Laboratório de Observação e Estudos Descritivos da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Loed/Unicamp).

Envolver a comunidade nesse trabalho e compartilhar a responsabilidade de definir os rumos da escola é um desafio e tanto. Mas o esforço compensa: com um PPP bem estruturado, a escola ganha uma identidade clara, e a equipe, segurança para tomar decisões

Os erros mais comuns

Alguns descuidos no processo de elaboração do projeto político-pedagógico podem prejudicar sua eficácia e devem ser evitados:

- Revisar o PPP somente para enviá-lo à Secretaria de Educação sem analisar com profundidade as mudanças pelas quais a escola passou e as novas necessidades dos alunos;

- Deixar o PPP guardado em gavetas e em arquivos de computador. Ele deve ser acessível a todos.

- Ignorar os conflitos de idéias que surgem durante os debates. Eles devem ser considerados, e as decisões, votadas democraticamente.

- Confundir o PPP com relatórios de projetos institucionais - portfólios devem constar no documento, mas são apenas uma parte dele.

Importância do PPP

Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, toda escola precisa ter um projeto político pedagógico (o PPP, ou simplesmente projeto pedagógico). Esse documento deve explicitar as características que gestores, professores, funcionários, pais e alunos pretendem construir na unidade e qual formação querem para quem ali estuda. Tudo preto no branco. Elaborar um plano pode ajudar a equipe escolar e a comunidade a enxergar como transformar sua realidade cotidiana em algo melhor. A outra possibilidade - que costuma ser bem mais comum do que o desejado - é que sua elaboração não signifique nada além de um papel guardado na gaveta.

Se bem formatado, porém, o próprio processo de construção do documento gera mudanças no modo de agir. Quando todos enxergam de forma clara qual é o foco de trabalho da instituição e participam de seu processo de determinação, viram verdadeiros parceiros da gestão. O processo de elaboração e implantação do projeto pedagógico é complexo e dúvidas sempre aparecem no caminho.


1. Em que contexto histórico surgiu o projeto pedagógico?
Na década de 1980, o mundo mergulhou numa crise de organização institucional, quando se passou a questionar o modelo de Estado intervencionista - que determinava o funcionamento de todos os órgãos públicos, inclusive a escola. Nesse contexto internacional, o Brasil vivia o movimento de democratização, após um longo período de ditadura. A centralização e a planificação típicas do governo militar passaram a ser criticadas e, na elaboração da Constituição de 1988, o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública (que congregava entidades sindicais, acadêmicas e da sociedade civil) foi um dos grandes batalhadores pela "gestão democrática do ensino público", um conceito que pretendia oferecer uma alternativa ao planejamento centralizador estatal. Outro aspecto importante é que nessa mesma época a escola brasileira passou a incluir em seus bancos populações antes excluídas do sistema público de ensino. Ela ficou, assim, mais diversa e teve de adequar suas práticas à nova realidade. A instituição de um projeto pedagógico surgiu como um importante instrumento para fazer isso.

2. Qual é a relação do global e do local com o plano?
No modelo vigente durante a ditadura, o que era permitido aos professores ensinar (e aos alunos aprender) ao longo do processo de escolarização era decidido quase exclusivamente pelo governo militar. A Educação era toda organizada com base em determinações do poder central. Assim, os conteúdos eram tratados de maneira hegemônica e as instâncias locais (ou seja, as próprias escolas) ficavam numa posição de "passividade" diante dessas imposições. Com a instituição do projeto pedagógico, na Constituição de 1988, a realidade local passou a funcionar como "chave de entrada" para a abordagem de temas e conteúdos propostos no currículo - justamente por serem relevantes na atualidade. O plano, por outro lado, deve prever que a escola conecte seus alunos com as discussões globais, re-encontrando sua importância cultural na comunidade.

3. O que o bom projeto pedagógico deve conter?
Alguns aspectos básicos devem estar presentes na elaboração do projeto pedagógico de qualquer escola. Antes de mais nada, é preciso que todos conheçam bem a realidade da comunidade em que se inserem para, em seguida, estabelecer o plano de intenções - um pano de fundo para o desenvolvimento da proposta. Na prática, a comunidade escolar deve começar respondendo à seguinte questão: por que e para que existe esse espaço educativo? Uma vez que isso esteja claro para todos, é preciso olhar para os outros três braços do projeto. São eles:

- A proposta curricular - Estabelecer o que e como se ensina, as formas de avaliação da aprendizagem, a organização do tempo e o uso do espaço na escola, entre outros pontos.

- A formação dos professores - A maneira como a equipe vai se organizar para cumprir as necessidades originadas pelas intenções educativas.

- A gestão administrativa - Que tem como função principal viabilizar o que for necessário para que os demais pontos funcionem dentro da construção da "escola que se quer".

Assim, é importante que o projeto preveja aspectos relativos aos valores que se deseja instituir na escola, ao currículo e à organização, relacionando o que se propõe na teoria com a forma de fazê-lo na prática - sem esquecer, é claro, de prever os prazos para tal. Além disso, um mecanismo de avaliação de processos tem de ser criado, revendo as estratégias estabelecidas para uma eventual re-elaboração de metas e ideais.

Indo além, o projeto tem como desafio transformar o papel da escola na comunidade. Em vez de só atender às demandas da população - sejam elas atitudinais ou conteudistas - e aos preceitos e às metas de aprendizagem colocados pelo governo, ela passa a sugerir aos alunos uma maneira de "ler" o mundo.

4. Quem deve elaborá-lo e como deve ser conduzido o processo?
A elaboração do projeto pedagógico deve ser pautada em estratégias que deem voz a todos os atores da comunidade escolar: funcionários, pais, professores e alunos. Essa mobilização é tarefa, por excelência, do diretor. Mas não existe uma única forma de orientar esse processo. Ele pode se dar no âmbito do Conselho Escolar, em que os diferentes segmentos da comunidade estão representados, e também pode ser conduzido de outras maneiras - como a participação individual, grupal ou plenária. A finalização do documento também pode ocorrer de forma democrática - mas é fundamental que um grupo especialista nas questões pedagógicas se responsabilize pela redação final para oferecer um padrão de qualidade às propostas. É importante garantir que o projeto tenha objetivos pontuais e estabeleça metas permanentes para médio e longo prazos (esses itens devem ser decididos com muito cuidado, já que precisam ser válidos por mais tempo).

5. O projeto pedagógico deve ser revisado? Em que momento?
Sim, ele deve ser revisto anualmente ou mesmo antes desse período, se a comunidade escolar sentir tal necessidade. É importante fazer uma avaliação periódica das metas e dos prazos para ajustá-los conforme o resultado obtido pelos estudantes — que pode ficar além ou aquém do previsto. As estratégias utilizadas para promover a aprendizagem fracassaram? Os tempos foram curtos ou inadequados à realidade local? É possível ser mais ambicioso no que diz respeito às metas de aprendizagem? A revisão é importante também para fazer um diagnóstico de como a instituição está avançando no processo de transformação da realidade. Além disso, o plano deve passar a incluir os conhecimentos adquiridos nas formações permanentes, revendo as concepções anteriores e, quando for o caso, modificando-as.

6. Como atuar ao longo de sua elaboração e prática?
O diretor deve garantir que o processo de criação do projeto pedagógico seja democrático, da elaboração à implementação, prevendo espaço para seu questionamento por parte da comunidade escolar. O gestor é a figura que articula os diferentes braços operacionais e conceituais em relação ao plano de intenções, a base conceitual do documento. É quem deve antecipar os recursos a serem mobilizados para alcançar o objetivo comum. Para sua implantação, ele também cuida para que projetos institucionais que se estendam a toda a comunidade escolar - como incentivo à leitura ou à proteção ambiental - não se percam com a chegada de novos planos, mantendo o foco nos objetivos mais amplos previstos anteriormente. Além disso, é ele quem garante que haja a homologia nos processos, ou seja, que os preceitos abordados no "plano de intenções" não se deem só na relação professor/aluno, mas se estendam a todas as áreas. Por exemplo: se ficou combinado que a troca de informações entre pares colabora para o processo de aprendizagem e é positiva como um todo, a organização dos espaços da escola deve propiciar as interações, a relação com os pais tem de valorizar o encontro entre eles, as propostas pedagógicas precisam prever discussões em grupo etc.

7. O projeto pedagógico precisa conter questões atitudinais?
Sim, há uma função socializadora inerente à escola e ela é difusora de valores e atitudes, quer tenhamos consciência disso, quer não. As instituições de ensino não são entidades alheias às dinâmicas sociais e é importante que tenham propostas em relação aos temas relevantes também do lado de fora de seus muros - já que eles se reproduzem, em maior ou menor escala, em seu interior. O que não se pode determinar no projeto pedagógico são respostas a essas perguntas, que a própria sociedade se coloca. Como resolver a questão da violência, da gravidez precoce, do consumismo, das drogas, do preconceito? Diferentemente do que propunha o modelo do Estado centralizador, não há uma só resposta para cada uma dessas perguntas. O maior valor a trabalhar nas escolas talvez seja o de desenvolver uma postura atenta e crítica.

8. Quais são as maiores dificuldades na montagem do projeto?
É muito comum que o plano de intenções - que deve ser o objetivo maior e o guia de todo o resto - não fique claro para os participantes e que isso só se perceba no decorrer de seu processo de implantação. Outro aspecto frequente é que os meios e as estratégias para chegar aos objetivos do projeto pedagógico se confundam com ele mesmo - por exemplo, que a pontualidade nas reuniões ganhe mais importância e gere mais discussões do que o próprio andamento desses encontros. Um processo democrático traz situações de divergência para dentro da escola: os atores têm diferentes compreensões sobre o que é de interesse coletivo. Por isso, é preciso estabelecer um ambiente de respeito para dialogar e chegar a pontos de acordo na comunidade.

Nota: Tomamos como base reportagem da Revista Escola.

http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/projeto-politico-pedagogico-ppp-pratica-610995.shtml?page=all

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sarau Poético Musical do EMES

Os alunos do EMES declamaram e cantaram mais uma tarde noite maravilhosa de Sarau

A platéia vibrou com as apresentações.



Nossos alunos surdos também estiveram presentes, tanto na platéia como se apresentando no palco.Foi emocionante.























Evento final do Projeto época na Educação-2011

O EMES participou do evento final do Projeto Época na Educação 2011. Foi maravilhoso! Nosso Stand foi muito visitado, nossos alunos apresntaram os trabalhos desenvolvidos por eles.
Contamos com a presença da Secretária Municipal de Educação de Rio Bonito, Professora Ana Maria


Professora Rosana, aluno Humel, Professora Fernanda e Suely, Diretora Geral do Projeto Época na Educação- São Paulo Professora Ana e aluna do EMES




Professora Ana Maria, Professora Mariana e Professora Suely( a frente) Aluna do EMES, Professoras Rosana, Lenyse e Fernanda




A secretária municipal de educação de Rio Bonito (Ana Maria) e a Diretora do Projeto Época na Educação no Rio de Janeiro (Mariana)






sábado, 10 de dezembro de 2011

Acordo abre espaço para formulação de política de cultura do ensino básico

Acordo abre espaço para formulação de política de cultura do ensino básico

Os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Cultura, Anna de Hollanda, assinaram na quinta-feira, 8, em Brasília, acordo de cooperação técnica para a formulação da política de cultura para a educação básica. Estimado em R$ 80 milhões, o acordo reúne seis iniciativas conjuntas para beneficiar mais de 1 milhão de pessoas a partir de fevereiro de 2012 e atingir 5 milhões até 2014.

As iniciativas conjuntas permitirão a expansão do ensino médio em tempo integral, segundo Haddad. A partir do acordo, pontos de cultura, grupos e espaços culturais poderão receber estudantes no turno oposto ao daquele em que estudam (contraturno), de forma a complementar as aulas da rede de ensino.

O pacto expande a cooperação entre os dois ministérios, que atuam juntos desde 2006 no Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). Entre as ações previstas no acordo assinado nesta quinta-feira está o projeto Mais Cultura na Escola, destinado a promover a integração entre os programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador, do MEC, com os pontos, grupos e espaços culturais apoiados pelo MinC. Outra iniciativa é a ampliação do programa Agentes de Leitura, que seleciona e capacita jovens para atuar na formação de novos leitores.

O acordo também possibilitará maior acesso, no Programa Nacional Biblioteca Escolar (PNBE) do MEC, a livros de arte e demais acervos culturais, em diversos tipos de mídia, ofertados pelo Ministério da Cultura. O Cine Educação, também da pasta da Cultura, receberá filmes de longa e curta metragem nacionais do acervo do MEC. A parceria prevê ainda a oferta de cursos de formação continuada e de capacitação de professores nessas áreas.

Durante a vigência do pacto, serão realizadas pesquisas e executado o mapeamento das ações públicas que relacionam educação e cultura em todo território nacional.

De acordo com o ministro Fernando Haddad, educação e cultura são indissociáveis na formação dos jovens. Para ele, o momento é propício para fortalecer as ações que unem as duas pastas. “Esse acordo de cooperação visa a levar mais cultura para dentro da escola e a levar a educação para fora da escola, para os ambientes em que há cultura à espera de jovens ávidos para transformar o mundo”, disse Haddad.

Ouça a fala do ministro Fernando Hadadd.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sarau Poético Musical 2011

Algumas fotos do Sarau Poético Musical, realizado pelos professores de Língua Portuguesa do Emes, com a participação da comunidade.
Mais fotos no Facebook do Emes Rio Bonito. Parabéns Professores, principalmente a Professora Catarina, pela organização e apresentação.



Comemoração dia da Consciẽncia Negra

Comemoramos o Dia da Consciência Negra, com uma deliciosa feijoada.Exposição de trabalhos e atividade desenvolvida pelos professores.



domingo, 4 de dezembro de 2011

Prêmio Construindo a Nação 2011

Mais uma vez o EMES recebe o Prêmio Construíndo a Nação.
Esse ano somente duas escolas do Rio de Janeiro foram premidas, entre elas está o EMES. Parabéns família EMES

EMES eventos diversos

1ª Foto-Culminância do 3º bimestre na Praça.

2ª/3ª FotoReunião Pedagógica, dinamizada pelos Professores Andreja,Ugo, Sérgio e Joceir.Com a participação de alunos. 4ª Foto Aniversário da nossa querida Dulce


Alunos, professores e funcionários do EMES participam da Feira Interdisciplinar

Feira Interdisciplinar, promovida pela SMEC, com a paricipação das escolas da rede municipal de ensino.O EMES esteve presente, trazendo os trabalhos dos seus alunos.Dia 25 de novembro de 2011



Dia a Dia do EMES

O EMES é assim........



Árvore de Natal do EMES- 03/12/2011

O aluno Humel e a Professora Lenyse, dando forma a árvore reciclada feita de copinhos de café.



















O EMES conquistou o 3º lugar no concurso de árvore de Natal, confeccionada com material de sucata, promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
O Prêmio foi um net book e R$200,00 .
Os alunos sob a orientação da professora Lenyse, utilizaram os seguntes materias:
Um pé de cadeira de escritório, cabo de vassoura, copinhos descartáveis de café, saco de batata, saco de cebola e papelão.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Crianças negras ainda são preteridas na hora da adoção

Crianças negras ainda são preteridas na hora da adoção


Três anos após a criação do Cadastro Nacional deAdoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família.

adoção

Atualmente há 4,5mil crianças no Brasil esperando serem adotadas

Apesar das campanhas promovidas por entidades e governos sobre a necessidade de se ampliar o perfil da criança procurada, o supervisor da 1ª Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Walter Gomes, diz que houve pouco avanço. “O que verificamos no dia a dia é que as família continuam apresentando enorme resistência [à adoção de crianças negras]. A questão da cor ainda continua sendo um obstáculo de difícil desconstrução.”

Hoje no Distrito Federal há 51 crianças negras habilitadas para adoção, todas com mais de 5 anos. Entre as 410 famílias que aguardam na fila, apenas 17 admitem uma criança com esse perfil. Permanece o padrão que busca recém-nascidos de cor branca e sem irmãos. Segundo Gomes, o principal argumento das famílias para rejeitar a adoção de negros é a possibilidade de que eles venham a sofrer preconceito pela diferença da cor da pele.

-Mas esse argumento é de natureza projetiva, ou seja, são famílias que já carregam o preconceito, e esse é um argumento que não se mantém diante de uma análise bem objetiva-, defende Gomes. O tempo de espera na fila da adoção por uma criança com o perfil “clássico” é em média de oito anos. Se os pretendentes aceitaram crianças negras, com irmãos e mais velhas, o prazo pode cair para três meses, informa.

Há cinco anos, a advogada Mirian Andrade Veloso se tornou mãe de Camille, uma menina negra que hoje está com 7 anos. Mirian, que tem 38 anos, cabelos loiros e olhos claros, conta que na rotina das duas a cor da pele é apenas um “detalhe”. Lembra-se apenas de um episódio em que a menina foi questionada por uma pessoa se era mesmo filha de Mirian, em função da diferença física entre as duas.

-Isso [o medo do preconceito] é um problema de quem ainda não adotou e tem essa visão. Não existe problema real nessa questão, o problema está no pré-conceito daquela situação que a gente não viveu. Essas experiências podem existir, mas são muito pouco perto do bônus-, afirma a advogada.

Hoje, Mirian e o marido têm a guarda de outra menina de 13 anos, irmã de Camille, e desistiram da ideia de terem filhos biológicos. “É uma pena as pessoas colocarem restrições para adotar uma criança porque quem fica esperando para escolher está perdendo, deixando de ser feliz.”

Para Walter Gomes, é necessário um trabalho de sensibilização das famílias para que aumente o número de adoções inter-raciais. “O racismo, no nosso dia a dia, é verificado nos comportamentos, nas atitudes. No contexto da adoção não tem como você lutar para que esse preconceito seja dissolvido, se não for por meio da afirmatividade afetiva. No universo do amor, não existe diferença, não existe cor. O amor, quando existe de verdade nas relações, acaba por erradicar tudo que é contrário à cidadania”, ressalta.

sábado, 19 de novembro de 2011

Reunião Pedagógica


Reunião Pedagógica
Dinamizadores:Professora Andreja/Prof Sérgi/ Prof Joceir e Prof Ugo
Assunto:Projeto Político Pedagógico.
Com a participação de Professor e Alunos

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

Igualdade de tratamento e oportunidades

Vez ou outra os jornais publicam reportagens bastante reveladoras sobre desemprego no Brasil. Um índice se mantém inalterado: a maioria dos desempregados é afro-descencente. Os negros também lideram o ranking quando o assunto é trabalhar sem carteira assinada e em condições precárias. O que explica isso? Vamos espiar os classificados dos mesmos jornais?



Alguns anúncios pedem que o candidato tenha carro próprio, outros exigem nível superior. Há os que solicitam domínio do inglês ou experiência comprovada. Antigamente as pessoas deviam preencher um item importante para concorrer a uma posto de trabalho: a chamada “boa aparência”. Essa exigência foi considerada racista, o que torna a empresa passível de processos. Hoje, muitos empregadores substituíram a ‘boa aparência’ pelo envio de fotografias.



Será que o pedido de fotos dos candidatos é uma atitude inocente ou uma prova de preconceito racial? Para respondem estas questões, fizemos um jogo com pessoas comuns nas ruas. Diante das fotografias de cinco brasileiros em busca de emprego, entre brancos e negros, vamos ver quais foram escolhidas para ocupar as vagas fictícias, por parecerem representar melhor a empresa também sediada na ficção.



Uma moça branca escolheu três brancos e dois negros, alegando que o critério adotado foi “simpatia”. Houve um negro que selecionou, majoritariamente, afro-descendentes: “No mercado de trabalho seria o inverso. Enquanto não quebrarmos essa coisa de ‘o branco sabe mais do que o preto’, nunca vamos chegar a um mundo melhor”, opina. Uma garota loura selecionou três negros entre cinco candidatos. Um rapaz afro-descendente deu visível preferência a pessoas da etnia negra.



Nesta pesquisa informal, o público elegeu mais candidatos negros do que brancos, mas será que esta mesma tendência se repete no cotidiano do mercado de trabalho? “Quem é vítima da discriminação, muitas vezes não toma nem conhecimento de que está sendo discriminado”, rebate o advogado Eloá dos Santos Cruz, ele mesmo alvo de discriminação racial. A experiência da atriz Daniele Ornelas também indica que não.



“Fui fazer um teste para um filme em São Paulo, depois de conversar com a produtora pelo telefone. Ela havia ficado super empolgada com meu currículo, tanto que marcou um encontro. Chegando lá, estou vendo uma pessoa passar de um lado para o outro. Até que ela se aproximou e perguntou se eu estava procurando alguém. Quando me apresentei, a primeira reação foi de espanto: ‘Você é a Daniele? Nossa! Imaginei você tão diferente, não sabia que você era assim’. Assim negra. A gente percebe o preconceito velado”, lamenta a atriz.



O racismo aparece nas relações de trabalho de forma explícita e implícita. E muitas vezes os negros não só são discriminados pelo mercado profissional, mas também vêem caírem sobre seus ombros a culpa por não terem tido as mesmas oportunidades educacionais que os brancos. “A sociedade brasileira construiu ao longo dos séculos uma percepção muito negativa dos povos de origem africana e a escola tem um papel importantíssimo: mudar essa imagem, traduzir de outra forma o que é a história dessa comunidade negra no Brasil”, defende a historiadora Vânia Sant'anna.



Para saber mais



Favela – Alegria e dor na cidade
Jailson de Souza e Silva e Jorge Luiz Barbosa
Senac Rio, 2006


Negros na universidade - Identidade e Trajetórias de Ascensão Social no Rio de Janeiro
Moema De Poli Teixeira
Pallas, 2003



Tirando a máscara: ensaios sobre o racismo no Brasil
Antônio Sérgio Alfredo Guimarães e Lynn Huntley (Org.)
Paz e Terra, 2000



Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil
Iray Carone e Maria Aparecida Silva Bento (Org.)
Vozes, 2003


Desenvolvimento Humano e Relações Raciais
Marcelo Paixão
DP&A, 2003


Lideranças negras
Márcia Contins
Aeroplano e Faperj, 2005


Cor e criminalidade – Estudo e análise da justiça do Rio de Janeiro (1900 – 1930)
Carlos Antônio Costa Ribeiro
Editora UFRJ, 1995


Os melhores discursos de Martin Luther King – Um apelo à consciência
Editado por Clayborne Carson e Kris Shepard
Jorge Zahar Editor, 2001


Miséria da periferia – Desigualdades raciais e pobreza na metrópole do Rio de Janeiro
André Augusto Brandão
Pallas e Ford Fundation, 2005



Racismos e anti-racismos no Brasil – Pluralismo étnico e multiculturalismo
Jacques d´Adesky
Pallas, 2001


A hierarquia das raças – Negros e brancos em Salvador
Jefferson Bacelar
Pallas, 2001


Brasil: Um país de negros?
Jefferson Bacelar e Carlos Caroso (Org.)
Pallas, 1999

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

Trabalho, Cidadania e Consciência Negra


Atividade para o Projeto
Trabalho, Cidadania e Consciência Negra
Professora: Tania
Fundamental Série: 5a ou 6a
`
Dia da Consciência Negra



Dia da Consciência Negra
Consciência Negra - São Bernardo do Campo - by Lucas.JPG
Propaganda expondo a comemoração da data em São Bernardo do Campo, Brasil.
Também chamado por Dia de Zumbi dos Palmares
Tipo Feriado regional
Seguido por Algumas regiões
Data 20 de Novembro

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se
lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1594).

Os últimos escravos

" Todo trabalho é realizado pelos pretos, toda riqueza é adquirida por mãos negras, porque o brasileiro não trabalha (...)
Todo serviço doméstico é feito por pretos: é um cocheiro preto que nos conduz , uma preta que nos serve, junto ao fogão,
o cozinheiro é preto e a escrava amamamenta a criança branca.; gostaria de saber o que fará essa gente quando for decretada
a completa emancipação dos escravos.
(...) Os pretinhos nascidos agora não tem nenhum valor para seus donos, senão os de comilões inúteis. Por isso não se faz nada
por eles, nem lhes ensinam como antigamente qualquer habilidade manual, porque, mais tarde, nada renderão"


Esta é uma carta de uma educadora alemã que viveu no Brasil entre 1881 e 1883. Agora leia o texto, pesquise e responda:

a) O que acontecia no Brasil naquela época?


b) E na Alemanha na terra natal da autora?


c) Explique a frase " os pretinhos nascidos agora não tem nenhum valor pra seus donos, senão o de comilões inúteis."

d) O que você sabe sobre trabalho escravo no Brasil? Comente.

e) Você já sofreu algum tipo de preconceito? Comente justificando sua reposta.

f) Pesquise na revista Época fotos de Negros famosos nos dias de hoje, fazendo um comentário positivo aos negros que superaram seus
preconceitos.





Nessa atividade o aluno poderá consultar apostila, livros com o auxílio do professor.

Atividades para o Projeto Trabalho e Cidadania-continuação II

Atividades para o Projeto Trabalho e Cidadania
Professora: Tania
Fundamental Série: 7a ou 8a

" Somos preconceituosos ao rotular outros povos com adjetivos positivos ou depreciativos"

Os romanos chamavam os bárbaros de povos que não falavam latim. Julgavam-se senhores do mundo
por direito, pois acreditavam que sua civilização era superior e protegida pelos deuses. Os poetas romanos
escreviam com convicção que Roma era "cidade fundada para durar eternamente, tal como os deuses". Por
isso, quando os "bárbaros" começaram a se infiltrar no território romano em migrações maciças, a população
da época encarou o fato como um sinal de decadência e enfraquecimento do Império. Diziam que o Império estava se " barbarizando".
A migração, porém sempre ocorreu ao longo da História.
Hoje existem grandes comunidades vivendo fora de sua terra natal. Esse, por exemplo, é o caso de turcos na
Alemanha, latino-americanos nos Estados Unidos, brasileiros no Japão, coreanos no Brasil etc.
Luciano Ramos "Os Reinos Bábaros"

1) Será que esses estrangeiros são recebidos de braços abertos nos países onde se fixam?



2) Em que tipo de trabalho são mais facilmente empregados?



3) E os grupos que migram dentro do nosso país, como os nordestinos para o Sudeste do Brasil, de que forma
são recebidos na nova região?




4) Você sabe o que é preconceito social? Já sofreu algum tipo de preconceito? Comente.
5) Pesquise na revista Época alguma reportagem que mostre o preconceito, seja ele racial ou social, destaque e comente.

Aividades para o Projeto:Trabalho e Cidadania- Continuação

Atividades para o Projeto

Aividades para o Projeto:Trabalho e Cidadania
Professora : Tania
Fundamental Série: 7

Alguns Princípios do Direito Romano

"Ninguém é forçado a defender uma causa contra a própria vontade.
Ninguém sofrerá penalidade pelo que pensa.
Ninguém pode ser retirado à força de sua própria casa.
Nada que não se permita ao acusado deve ser permitido ao acusador.
O encargo da prova fica com aquele que afirma, e não com o que nega.
Um pai não pode ser testemunha competente contra um filho, nem um filho contra um pai.
A gravidade de uma ofensa passada não aumenta a do fato exposto.
Na aplicação de penalidades, contam a idade e a inesperiência da parte culpada".

1) Preste bastante antenção e responda se alguns desses princípios ainda são validos nos dias de hoje?








A escravidão na Antiga Roma implicava uma quase absoluta redução nos direitos daqueles que ostentavam essa condição, convertidos em simples propriedades dos seus donos.
Com o passar do tempo, os direitos dos escravos aumentaram. Contudo, mesmo depois da manumissão ("manumissio"), um escravo liberto não possuía muitos dos direitos e privilégios dos cidadãos romanos.
Estima-se que mais de 30% da população da Roma Antiga eram escravos.[1][2]
As revoltas de escravos, tal como a de fim da década de 70 a.C foram duramente reprimidas.

2) Comente: Ainda existe pessoas na atualidade que são escravizadas?









3) Pesquise na revista Época fotos ou gravuras que mostre o trabalho escravo nos dias atuais e faça seu comentário.




Observação:
O aluno poderá fazer qualquer atividade, independente da sua série.

Atividades para o Projeto: Trabalho e Cidadania

Atividades para o Projeto: Trabalho e Cidadania
Professora: Tania
História: Fundamental
Aluno: Série: 7a e 8a

A Revolução Industrial

A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.
Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era da agricultura foi superada, a máquina foi superando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.

Condições de Trabalho
"(...) Damos hoje algumas notas sobre a fábrica de tecidos de algodão do Ipiranguinha, a pequena distância daqui, em São Bernardo, fábrica que a greve ali declarada atualmente,
veio por em foco.
A fábrica do Ipiranguinha emprega, das 5 e 30 da manhã às 6 e 30 da tarde, com 1 hora para almoço, perto de 500 operários.
(...) Na fiação, a maioria dos operários oscila entre 10 a 30 mil réis mensais (...).
Na tinturaria, os operários trabalham 11 horas diárias em cima de uma tina cheia de água a 50 graus e com ácidos| Muitas vezes os tintureiros são obrigados a ficar em casa, pq tem as mãos cozidas- cozidas ! É o termo!
A tecelagem é uma sala com quatro janelas e 150 operários. (...). No começo da fábrica, os tecelões ganhavam em média170 mil réis mensais. Mais tarde não conseguiam ganhar
mais do que 90 mil réis; e pelo último rebaixamento, a média de 75 mil réis! E se a vida fosse barata! Mas as casas que a fábrica aluga, com dois quartos e cozinha, são a 20 mil réis por mês; as outras são de 25 a 30 mil réis. Quanto aos gêneros de primeira necessidade, em regra custam mais do que em São Paulo.
E há muito pior.O armazém da fábrica é ainda mais caro do que fora (...). Às vezes o salário fica lá todo! (...)
A tudo isso juntemos as péssimas condições de higiene do presídio e o feroz autoritarismo ali reinante. Se por exemplo um operário ficar mais de 5 minutos na latrina, o guarda ,
começa a dar pontapés na porta. (...) A Federação Operária encarregou alguns operários de levarem aos grevistas uma palavra de solidariedade (...).
Quando o companheiro Vassimon foi a São Bernardo, o delegado disse-lhe que não permitiria que se referisse à greve. Quando alguém lhe observou que a Constituição garantia...
o pequeno Czar atalhou logo "sim, mas eu não quero! "

Jornal A Terra Livre, São Paulo 26/03/1906 Carone

Responda analisando o texto:
a) Que denúncias são feitas sobre as condições de trabalho nessa fábrica?


b) Além da exploração do trabalho, que outra exploração os operários sofriam nesse local?

c) Como o representante da Federação Operária foi tratado pelo delegado?

d) Em que vc trabalha? ( resposta pessoal).

e) No Brasil de hoje ainda existe exploração de trabalho nas fábricas? Justifique sua resposta.