Projeto para 2011
Título: Educação & Cidadania-EMES
- Apresentação
" Sou um só, mas ainda assim sou um; não posso fazer tudo, mas ainda posso fazer alguma coisa; e não é porque não posso fazer tudo que vou deixar de fazer o que posso." (Edwald Everett Hale)”
“Com o conhecimento adquirido na escola, o aluno se prepara para a vida. Passa a ter o poder de se transformar e de modificar o mundo onde vive.
Educar é um ato que visa à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência política. A educação escolar, além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas para o exercício da cidadania. A cidadania é entendida como o acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade, e ainda significa o exercício pleno dos direitos e deveres previstos pela Constituição da República.
A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige uma reflexão que possibilite compreender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parte da população. A formação política, que tem no universo escolar um espaço privilegiado, deve propor caminhos para mudar as situações de opressão. Muito embora outros segmentos participem dessa formação, como a família ou os meios de comunicação, não haverá democracia substancial se inexistir essa responsabilidade propiciada, sobretudo, pelo ambiente escolar.
A idéia de educação deve estar intimamente ligada às de liberdade, democracia e cidadania. A educação não pode preparar nada para a democracia a não ser que também seja democrática. Seria contraditório ensinar a democracia no meio de instituições de caráter autoritário.”
Em 2010 desenvolvemos o Projeto Quem sou eu?Quem é você?Quem somos nós, onde focamos a prática pedagógica no desenvolvimento dos alunos, o que significa conhece-los, compreender suas diferenças, demonstramos interesse por eles, conhecemos suas dificuldades e incentivamos suas potencialidades.
Procuramos fazer do Espaço Municipal de Ensino Supletivo, uma instituição democrática, onde a idéia de educação está intimamente ligada às liberdades,democracia e cidadania.
“Ser cidadão é perceber que fazemos parte do mundo. Nossas escolhas e posturas diante da vida afetam não apenas a nós mesmos, mas também a vida de outras pessoas, da comunidade. Assim como as atitudes das outras pessoas também nos afetam.”
"A cidadania é o direito a ter direitos, pois a igualdade em dignidade e direitos dos seres humanos não é um dado. É um construído da convivência coletiva, que requer o acesso ao espaço público. É este acesso ao espaço público que permite a construção de um mundo comum através do processo de asserção dos direitos humanos." (Hannah Arendt)
- Objetivos
2.1 Objetivo Geral
A Educação para a Cidadania visa desenvolver o conhecimento, a compreensão, as capacidades, as atitudes e os valores que ajudem nos jovens e adultos a:
• desempenhar um papel ativo na comunidade (local, nacional, internacional).
• estar informados e conscientes dos seus direitos, responsabilidades e deveres.
• compreender que se pode ter influência e marcar a diferença na sua comunidade.
2.2 Objetivos Específicos
– aprender a ter autoconfiança e comportamentos social e moralmente responsáveis dentro e fora da escola, perante as autoridades e perante si próprios...
– aprender como tornar-se útil na vida e nos problemas que afetam a comunidade.
– aprender acerca das instituições, problemas e práticas da democracia e das formas de participar efetivamente na vida política, o que envolve capacidades, valores e conhecimentos...
3.Justificativa
“(...) todos os seres humanos, apesar das inúmeras diferenças biológicas e culturais que os distinguem entre si, merecem igual respeito, como únicos entes no mundo capazes de amar, descobrir a verdade e criar a beleza. É o reconhecimento universal de que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum indivíduo, gênero, etnia, classe social, grupo religioso ou nação – pode afirmar-se superior aos demais”.
Fábio Konder Comparato (1999)
Do entendimento que se tem da cidadania depende a atitude que se tem e a forma como a incorporamos nas nossas práticas.
O que é a cidadania?
Porque a cidadania é importante?
Onde pode ocorrer educação para cidadania?
Para que serve a educação para cidadania?
Como se aprende a cidadania?
O que distingue a Educação para cidadania?
O que é e o que não é a educação para cidadania?
_ A Valorização da vida em todas as suas expressões:
- Preservação e cuidados com a própria vida e com a do outro.
- Preservação e cuidados com o meio ambiente.
- Luta pela qualidade de vida apesar do contexto adverso e muitas vezes
excludente.
_ Importância do pertencimento como condição para inserção social:
4.Metodologia
Eixos Norteadores para os conteúdos e tratamento metodológico
_ Cidadania
Jovens e adultos como sujeito de direitos e deveres
Valores e atitudes correspondentes à prática democrática de convívio social
Articulação entre projetos individuais e projetos sociais (coletivos)
_ Ética
Reconhecimento e convívio com a diversidade
Diferença como singularidade e crítica às atitudes discriminatórias que geram
desigualdade.
Noção de justiça: diferentes conotações – justiça como valor ético voltado para
o bem comum e a organização do sistema de justiça (o legal e o ético)
Alternância eu/outro, favorecendo a construção da reciprocidade, a
capacidade de se colocar no lugar do outro
_ Identidade
Processo em permanente construção, com momentos de continuidade e
rupturas
Dimensão da identidade pessoal e cultural
Tratamento dos conteúdos
Para possibilitar a apropriação dos conhecimentos propostos, os conteúdos deveram ser organizados em temas e subtemas, em que se propõe um conjunto de atividades
diversificadas e desafiadoras, visando mobilizar o interesse pelas questões
selecionadas. Encaminha-se de formas variadas a interação dos Jovens e Adultos com o conhecimento, em situações planejadas para construir aprendizagens significativas, estimulando o diálogo, a cooperação e a solidariedade.
A organização didática das atividades:
_ contempla os conhecimentos que os jovens e adultos elaboram no cotidiano como
ponto de partida (traz a voz dos jovens);
_ problematiza esse conhecimentos, promovendo a reflexão a partir de
diferentes visões do mesmo fato ou valor;
_ propõe interação com novos conhecimentos e informações para possibilitar
ressignificação do conhecimento preexistente e ampliação do repertório
cultural;
_ explora referências concretas do mundo externo para vislumbrar a
possibilidade de pertencimento, perspectivas de futuro.
As situações de aprendizagem prevêem momentos coletivos, individuais e de trabalho
em grupo, buscando garantir momentos individuais de concentração e momentos
coletivos de reflexão e debate.
As dinâmicas propostas visam criar situações que
envolvem o fazer e o pensar sobre a realidade, o autoconhecimento, a expansão da
consciência de si e do mundo – ou seja, instalar conhecimento e reflexão como
continências do agir.
O recorte curricular
I - Educação, uma ponte para o mundo
II - Família e relações sociais
III - Justiça e Cidadania
IV - Saúde: uma questão de cidadania
V - Trabalho
Seleção de conteúdos
I Educação, uma ponte para o mundo – propõe que os jovens e adultos, por meio de
vivências e atividades diversas, reconheçam e valorizem os diferentes espaços
de aprendizagem, particularmente o da escola e percebam as possibilidades de
transformação advindas de um maior contato com ela. Organiza-se em:
Aprendendo em diferentes espaços; Aprendendo na comunidade; A escola é
realmente importante?; A escola como espaço de aprendizagens; O
conhecimento está sempre se transformando: retomando a história pessoal.
II Família e relações sociais – questiona e problematiza as idéias e noções de
famíia existentes entre os alunos, considerando que há uma realidade social,
ampla e complexa, que abarca diferentes experiências do viver que se
expressam nas muitas formas como as pessoas se juntam, formando famílias e
grupos de convivência social. Organiza-se em: Família, o que é família?; A
família sempre foi assim?; Família: para que família?; Família: lugar de afetos
e desafetos; Um sonho de família.
III - Justiça e Cidadania – discute com os jovens e adultos, noções de ética, justiça e cidadania, por meio de atividades envolvendo regras de convivência, dilemas relacionados a justiça e injustiça, relação entre direito e responsabilidade, cidadania etc.
Divide-se em: Justiça é um dever ético; Falando de direitos e responsabilidades;
A cidadania em movimento; Alçando outros vôos: apontando para um projeto de vida.
IV- Saúde: uma questão de cidadania – Busca construir a compreensão de que
nosso corpo é um todo integrado em interação com o meio e de que ele
necessita de cuidados para não romper seu equilíbrio.
Aborda a reprodução e a sexualidade, nos seus aspectos biológicos, psíquicos, culturais e sociais.
Trata das DST/AIDS e do problema do uso das drogas, privilegiando a reflexão sobre o papel que elas assumem na vida dos jovens e adultos e possíveis alternativas que os ajudem a enfrentar tais turbulências. Está dividido em duas grandes unidades:
UM CORPO TÃO HUMANO, que engloba os subtemas: O corpo nosso de cada dia e
Todo cuidado é pouco; VIDA: PRAZERES E ESCOLHAS, com os subtemas: Crescer e
aparecer; Mulheres e homens; Encontros: ficar, namorar, transar, sair,
badalar…
Lei Maria da Penha
V- Trabalho Propõe o estudo da organização dos trabalhadores e suas
conquistas, a discussão do sentido dos direitos e deveres estabelecidos no
“Estatuto da Criança e do Adolescente”,”Estatuto do Idoso” a reflexão sobre um projeto de vida profissional, dentro de um contexto social mais amplo, levando em conta
organizações estatais, não-governamentais ou de trabalhadores que podem
auxiliá-los; estimula o jovem a falar e refletir sobre suas experiências de vida
com o trabalho; por meio de atividades, incentiva o aluno a se colocar no lugar
do “outro”, considerando valores e realidades sociais mais amplas.
Está organizado nos subtemas: O que é trabalho?; Trabalhador em construção; A
organização dos trabalhadores e suas conquistas; O trabalho atualmente; Eu e
o trabalho
Temática das Oficinas Culturais
I -
5.Avaliação do Projeto
A implementação de uma proposta experimental e inovadora, como a que se pretende
por meio deste Projeto, requer de todos os envolvidos e comprometidos com sua
execução (educadores e profissionais que atendem diretamente os jovens e adultos) esforços não triviais, na criação das condições necessárias para seu desenvolvimento, bem como no seu acompanhamento e avaliação.
Particularmente em relação a este último aspecto, cabe lembrar que a avaliação de
políticas e programas sociais é de extrema relevância, não apenas para aferir seus
resultados ou impactos, mas principalmente como instrumento imprescindível de
gestão e de compreensão das relações que se estabelecem entre as instâncias
organizacionais, os distintos recursos de apoio disponibilizados e as características dos agentes do processo de implementação.
Nessa perspectiva, uma proposta de acompanhamento do Projeto não deve ocorrer de
forma “externa”. É necessário que os sujeitos envolvidos participem e se apropriem
do próprio fazer avaliativo. A avaliação aqui proposta guarda características
participativas, tendo como eixo metodológico o envolvimento e a participação dos
formuladores, dirigentes, educadores, jovens e adultos e outros profissionais das do EMES em sua realização, devendo incidir nas próprias formas de implementação
do Projeto e nos seus resultados.
Além de compreendido como exercício de um direito democrático de controle sobre
ações sociais públicas, o processo de acompanhamento é concebido numa perspectiva formativa.
Em outras palavras, acredita-se que o modo como a avaliação é conduzida e sustentada traz em si um potencial transformador, para proporcionar a todos os envolvidos elementos de reflexão e aprimoramento de suas concepções e práticas. Assim, é importante ressaltar que, num processo que visa redirecionar o curso das
ações durante sua implementação, todos devem ser avaliadores.
Os objetivos da sistemática de avaliação aqui proposta são:
· construir e aperfeiçoar instrumentos e procedimentos, inclusive os já utilizados
Pelo EMES em ações de acompanhamento e avaliação;
· identificar fatores facilitadores e dificultadores no desenvolvimento e nos
resultados do Projeto;
· ajustar, se necessário, o curso das ações durante o processo de implementação do
Projeto, fornecendo subsídios de diferentes naturezas;
· avaliar , sistematizar, disseminar e publicar experiências inovadoras relativas ao
Projeto;
· contribuir para a necessária prestação de contas aos sujeitos
envolvidos e aos beneficiários, sobre prioridades políticas e resultados alcançados;
· ampliar a efetividade do Projeto, enquanto proposta socioeducativa;
· divulgar ações e resultados do Projeto, incentivando e fortalecendo um clima
favorável à discussão de programas socioeducativos e, ao mesmo tempo, buscar
alternativas de atendimento as alunos.
6.Cronograma do Projeto
7.Bibliografia
“sermelhor.com”
Educação para a cidadania: o conhecimento como instrumento político de libertação(Roberto Carlos Simões Galvão”
: http://www.webartigos.com/articles/10791/1/Educacao-e-Cidadania/pagina1.html#ixzz17L0KHq6L
Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária
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