domingo, 24 de abril de 2011

Golpe Militar de 1964

quinta-feira, 31 de março de 2011
Golpe Militar de 1964

Caros Amigos,
Costumo dizer que somos filhos e netos da Ditadura. Ainda estamos aprendendo a ser livres. A liberdade de expressão, de escolha ideológica, religiosa, partidária ainda tem muitos passos para percorrer.
As incoerências entre liberdade e desrespeito são muitas. É preciso que cada educador, pai, mãe, vó, vô retome o diálogo com seus filhos, alunos e netos. Não é mais o momento da repressão, precisamos avançar para a compreensão e despertar da consciência.
Este aprendizado parte da convivência no lar, na escola e em todos os espaços comunitários.
Trabalhar a identidade, a autoestima, o autoconceito, o relacionamento interpessoal a partir de situação-problema e vivências é fundamental para a construção de uma sociedade livre.
Convide seus educandos a pensar:
- Até que ponto posso ouvir um som com o volume alto a ponto de todos os vizinhos escutarem também?
- Aquilo que desejo falar vai magoar, ofender, ferir a pessoa que ouve? Tenho esse direito?
- Quais os meus direitos, quais os direitos do outro, quais os direitos de todos?
- Quais os meus deveres?
- Como posso defender os meus direitos e os do outro?

O exercício da liberdade deve acompanhar o exercício de respeito a si e ao outro.
É necessário também pensar sobre aqueles que lutaram para o fim da Ditadura no Brasil, contudo com um olhar crítico, reflexivo, atentando para as questões humanas, como valores, momento histórico, ideais, tendências, necessidades, etc.
Sugiro que comecem o estudo a partir da realidade próxima, com atitudes do dia-a-dia, para comparar com a História.
Veja o exemplo:

Situação:
Um aluno X "pede" o lanche ao colega e ameaça "pegá-lo lá fora" se o seu desejo não for concedido.
Reflexão:
- O que pensa o aluno X sobre direito e poder?
- O que você faria se fosse o colega do aluno X? Justifique.
- O que significa ameaça nesse contexto?
- Como se defender da ameaça de alguém?
_ Como ajudar o aluno X a mudar de atitude?

Relacionando:
_ Qual a relação entre esta atitude e as atitudes dos militares na época da ditadura?

Outro exemplo:
Situação:
-O sindico de um prédio determinou que só poderiam utilizar a piscina os moradores com renda acima de R$100.000,00 e parentes do dono do prédio.Aqueles que não obedecessem a norma seriam retirados à força do local e punidos com pagamento de multa.

Reflexão:
-Quais os valores que estão presentes nesta decisão do sindico?
-O que você faria se fosse um dos moradores excluídos? E se fosse o morador incluso na lista de permissão?

Relacionando:
-Como você pode relacionar esta situação com a política nacional de hoje e de ontem?

Você pode criar situações diversas e convidar os alunos a criar tantas outras, formando grupos de discussão, painéis, peças teatrais, com vista à mudança de atitude e de pensamento, para a construção de uma verdadeira democracia.
Destruição da sede da UNE, no dia seguinte ao golpe
Outra sugestão:
Trabalhar com leitura de imagem:
Veja as imagens a seguir:
Quais os elementos quem contem cada uma?
Quais as semelhanças e diferenças?
Qual a ideologia predominante?
A qual ou quais momentos históricos estão associadas?
Qual a sua postura diante das imagens?


Para saber um pouquinho mais, veja a seguir o texto escrito por Tiago Dantas para o site Brasil Escola:

A Ditadura Militar foi o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil, entre os anos de 1964 e 1985. Essa época caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão àqueles que eram opostos ao regime militar. Desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o Brasil vivia uma crise política. O vice de Jânio, João Goulart, assumiu a presidência num clima político tenso. Seu governo foi marcado pela abertura às organizações sociais.

Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço no cenário político brasileiro, preocupando as classes conservadoras, como empresários, banqueiros, a Igreja Católica, militares e a classe média. Em plena Guerra Fria, os EUA temiam que o Brasil se voltasse para o lado comunista.

Os partidos que se opunham a Jango (João Goulart), como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), o acusavam de estar planejando um golpe esquerdista e de ser o responsável pelos problemas que o Brasil enfrentava na época. No dia 13 de Março de 1964, João Goulart realizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), onde defendeu as Reformas de Base e prometeu mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.

Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizaram um protesto que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saíram às ruas. Evitando uma guerra civil, Jango deixou o país, refugiando-se no Uruguai. Os militares finalmente tomaram o poder.

Logo após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de alterar a constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República.

Durante o regime militar, houve um fortalecimento do poder central, especialmente do poder Executivo, caracterizando um regime de exceção, pois o Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos outros poderes estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas passou a controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que era referendado pelo Congresso Nacional.

A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram extintas ou sofreram intervenções do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram submetidos à censura. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes modificações na economia do Brasil: de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e de endividamento externo.

Veja a seguir uma matéria da Revista Nova Escola sobre a morte de Vladimir Herzog e a sua influência na luta contra a ditadura:

A morte de Vladimir Herzog e as mobilizações contra a ditadura
Mostre aos alunos como a morte do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do II Exército, em 1975, mobilizou a sociedade contra os militares
Carlos Eduardo Matos

A viúva Clarice, com o filho, e a foto do suícido forjado: União foi condenada pelo crime em 1978. Fotos Iugo Koyama/ Silvaldo Leung
A viúva Clarice, com o filho, e a foto do suícido forjado: União foi condenada pelo crime em 1978.
Foto: Iugo Koyama/ Silvaldo Leung
O jornalista Vladimir Herzog tinha muitos motivos para ficar preocupado ao receber uma ordem para apresentar-se ao II Exército. Corria o ano de 1975 e o Brasil vivia sob uma ditadura militar que travava uma guerra brutal contra as organizações de esquerda. Em São Paulo, quem se opunha ao regime era levado ao Departamento de Operações e Informações e Centro de Operações de Defesa Interna, o temido Doi-Codi. Oficialmente, os militares queriam esclarecimentos sobre a suposta ligação de Herzog, 38 anos e diretor de jornalismo da TV Cultura, com o Partido Comunista. Por isso, ele decidiu atender à convocação. Saiu de casa no dia 25 de outubro e nunca mais voltou. Torturado, foi vítima de espancamentos, choques elétricos e afogamento e morreu asfixiado nas dependências do órgão de repressão.
A notícia do crime iniciou uma onda de protestos que levou a uma série de pequenas e grandes mudanças na ditadura e é considerado o estopim do processo de distensão do regime, o que mostra que, apesar do autoritarismo, a sociedade acha brechas para se mobilizar.
Preocupados com a repercussão da morte de Herzog, os torturadores do Doi-Codi forjaram uma cena grotesca de suicídio: apresentaram uma foto do jornalista enforcado com o próprio cinto, no interior da cela. Vários fatores desmentiam a versão oficial, a despeito do laudo assinado pelo legista Harry Shibata, do Instituto Médico Legal. O principal deles era o próprio instrumento utilizado. Não era permitido ao preso permanecer de cinto, justamente para evitar que ele fosse usado como arma.


Fontes das imagens: http://www.google.com.br/imgres

Saudações fraternas
Postado por Naurelita Maia às 19:40
Marcadores: Datas comemorativas, Ditadura Militar, Plano de Aula, prática educativa

sábado, 23 de abril de 2011

Alunos do EMES



Alunos Surdos

Alunos do EMES







Alunos surdos e alunos na sala de avaliação

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Integração de escola e comunidade é fundamental para conter violência, defendem especialistas

Integração de escola e comunidade é fundamental para conter violência, defendem especialistas
Representantes de diversas instituições ligadas à Educação Infantil avaliaram que o combate à violência nas escolas requer medidas que vão além do aumento da segurança

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Representantes de diversas instituições ligadas à educação infantil avaliaram que o combate à violência nas escolas requer medidas que vão além do aumento da segurança nas instituições de ensino.

Para especialistas, umas das medidas seria a integração da comunidade à rotina escolar. O debate sobre o tema ocorreu hoje (18), na Comissão de Direitos Humanos do Senado. A reunião já estava agendada quando ocorreu, há quase duas semanas, o assassinato de 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ).

“Não consigo enxergar que se combata a violência trancando mais ainda as escolas. Isso não resolve. O melhor caminho é o contrário: a comunidade se integrar ao processo escolar”, afirmou o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) Antônio de Lisboa Vale.

Ele destacou que não existe qualquer “solução milagrosa” para esse problema. Entretanto, afirmou que de imediato é importante que os dirigentes escolares estimulem o uso de seus espaços pela comunidade para a promoção de ações de lazer e cultura. Outro ponto destacado pelo representante da CNTE foi a necessidade de qualificação dos profissionais que atuam na segurança das escolas para lidar com a violência estudantil.

Uma das diretoras do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro/DF) Rosilene Correa ressaltou que a violência na escola não será resolvida sem que o Estado entenda “de uma vez por todas” que destinar mais recursos para a educação não é gasto, mas investimento.

“Nós, da nossa geração, temos que pedir desculpas às crianças e adolescentes de hoje por não termos sabido entregar uma escola pública melhor.”

Outro ponto destacado por Rosilene Correa é que os professores são preparados para o ensino pedagógicos, mas não têm preparo para lidar com a violência escolar.

Ela afirmou que, caso o agravamento da violência entre estudantes continue se agravando, os professores terão que inserir em suas grades de preparação para o ensino a qualificação no combate à violência.

Já o presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick, informou que a entidade terá uma reunião, amanhã (19), com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para propor a realização em todo o país de uma “caravana pela paz nas escolas”. Ele julgou inconcebível qualquer tipo de estigma e preconceito entre os estudantes.

Ele ressaltou a necessidade urgente de os gestores estimularem ações de valorização e respeito à diversidade. Segundo o presidente da Ubes, o desrespeito às individualidades mais a desagregação dos valores familiares são os principais causadores de vários tipos de violência escolar, especialmente do bullying.

Também convidado para a audiência pública, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo, julgou fundamental e urgente a instalação de ambulatórios psiquiátricos nas escolas para o atendimento imediato a estudantes e profissionais da educação que apresentem atitudes potenciais para o desencadeamento de ações violentas. Para tanto, ele ressaltou a necessidade de uma qualificação dos professores.

“Um ato extremo como o de Realengo poderia ser evitado se o professor fosse treinado para detectar os primeiros sintomas e ter para onde mandar esse aluno. Existem atos prévios, como o forte interesse por assuntos ligados à violência, evidências de planejamento de atitudes violentas e a discussão com colegas do se que pretende fazer, que não podem ser desconsiderados”, afirmou o presidente da ABP.

Outra questão levantada pelo psiquiatra foi a generalização da violência estudantil como se fosse bullying. Segundo ele, existem doenças psiquiátricas como o Transtorno do Déficit da Atenção (TDA) e o distúrbio bipolar que podem levar o estudante ou o profissional de educação a condutas antissociais, por vezes violentas. Antônio Geraldo acrescentou que muitas vezes, esses transtornos acarretam no uso de drogas e de álcool.

Edição: Talita Cavalcante

Fonte: Agência Brasil

domingo, 17 de abril de 2011

Tema igual, aula diferente

Tema igual, aula diferente
O assunto é o mesmo para todos, mas você deve buscar maneiras de torná-lo mais compreensível para quem precisa
Cinthia Rodrigues (novaescola@atleitor.com.br)

TUBO DE ENSAIO Benjamin participa da prática no laboratório e, na hora da teoria, assiste a vídeos na internet. Fotos: Marcelo Min
Equipamentos necessários instalados, sala de recursos pronta, professor-assistente a postos, estudantes com diferentes desempenhos nas diversas disciplinas. A inclusão está garantida? Não. Independentemente de possuir ferramentas tecnológicas, espaço e estratégias adequados, em alguns casos é preciso adaptar principalmente a essência do que se vai buscar na escola: o conteúdo. O educador tem de ref letir com antecedência sobre o tema da aula e as possíveis flexibilizações para permitir que todos aprendam. As exigências na avaliação devem ser tão diversificadas quanto a própria turma.
"É preciso abrir o leque de opções e ferramentas de ensino", diz Maria Teresa Eglér Mantoan, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo. Ela enfatiza que incluir não significa diferenciar uma atividade para os que têm deficiência, mas aceitar e autorizar que cada um percorra seu caminho para resolver um problema, o que significa pensar em alternativas para quem tem dificuldade de percorrer a via tradicional.
Os que possuem deficiência intelectual percebem quando recebem tratamento semelhante aos demais e se esforçam para acompanhá-los. Na Nova Escola Judaica Bialik Renascença, em São Paulo, Benjamin Saidon, 15 anos, um adolescente com síndrome de Down, tem a mesma rotina de aulas teóricas e práticas dos colegas do 9º ano. A professora-assistente, Roseléia Blecher, no entanto, percebe que ele entende melhor quando são oferecidas situações concretas (e pior quando em contato com fórmulas abstratas). "Ele precisa visualizar", diz ela.
Com essa informação em mente, Roseléia antecipa as diversas aulas que serão ministradas para a sala e pensa em como substituir pontos em que Ben, como ele é chamado, tem baixo aproveitamento por atividades que despertem mais interesse. Uma dessas substituições ocorreu na aula sobre Termologia e Dilatação Térmica, ministrada por Arnaldo Ribeiro Alves, que leciona Física. Depois de explicar o conteúdo, ele usou um termômetro rudimentar, feito no laboratório da escola, para mostrar como o álcool se comporta ao ser aquecido e resfriado. Durante a aula prática, em que os adolescentes em grupos comparavam a altura do líquido em temperatura ambiente, mergulhado em um recipiente com gelo e em outro com água quente, Ben era um dos mais participativos.


Foi ele quem fez as marcas no tubo e, a seu modo, respondeu o que estava acontecendo com o álcool. "Aumenta no quente e diminui no gelado", concluiu. "Gosto de sentar com o Ben porque, enquanto pergunto se ele entendeu, eu mesma vejo se aprendi direito", diz a colega Tamara Aimi, 14 anos. "Quando ele sabe, fala de uma maneira tão simples que faz a matéria parecer mais fácil."
Em seguida, o professor Alves pediu que a garotada medisse com uma régua as marcas feitas nos termômetros em escala arbitrária e as comparasse com a escala Celsius. "Disse a quantos graus Celsius estava a água quente, e o gelo eles sabem que é zero. O desafio era encontrar uma fórmula para a temperatura ambiente", explica. Para que Ben acompanhasse também essa etapa, Roseléia o levou ao computador e mostrou na internet outras experiências de dilatação. "Fizemos a relação do que ele via nos vídeos com o que aprendeu e mostramos como aquilo se aplica em várias situações", conta.
Na avaliação, o jovem fez uma prova escrita como os demais, mas a dele pedia apenas a identificação de conceitos básicos, sem exigir contas, e permitia consulta às anotações. Para a psicopedagoga Daniela Alonso, especialista em inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, a verificação do aprendizado está correta. "Permitir a consulta valoriza o aprendizado e não só a memorização", explica a consultora. Alves ficou satisfeito com o resultado. "Perceber que ele entendeu um conceito como dilatação é encorajador."

Em outras palavras
Encorajador também é o caderno cheio de palavras da pequena Rafaela Gomes Bezerra, que tem síndrome de Down. Aos 7 anos, ela frequenta o 1º ano no Colégio Sagrado Coração de Jesus, também em São Paulo, e está em avançado processo de alfabetização. "Ela faz questão de fazer o mesmo que os colegas e me surpreende com seu progresso", conta a professora Camila Skalla de Lacerda, sem esconder que as dificuldades são maiores. "Pegamos o que é mais significativo em cada atividade e insistimos naquilo com calma. Baseado no que a Rafaela dá conta de fazer, reforçamos e estimulamos a atuação dela."
Quando trabalha contos de fada, como Cinderela, Camila procura atrair o interesse de toda a sala. Mostra o livro, fala sobre o autor, comenta as ilustrações e, finalmente, lê em voz alta. Depois da leitura, costuma fazer perguntas sobre os trechos de que os alunos mais gostaram e estimula comentários entre eles. Algumas vezes, as atividades incluem preencher uma ficha com o nome dos personagens de que se lembram. Rafaela escuta com o mesmo encantamento dos colegas, mas precisa de ajuda adicional. "Faço perguntas mais diretas para ela, como: quem está na história? Como é o nome da dona do sapatinho? Ela acaba conseguindo responder", conta Camila.
No momento da escrita, são necessários mais tempo e repetições. "Ela escuta a própria voz, percebe que o som é de determinada letra e começa a registrar, mas muitas vezes se perde. Então, recomeçamos e, no fim, lemos de novo. É um processo lento", afirma a professora. Daniela Alonso mostra que a flexibilização de conteúdo não vem sozinha. "Algumas vezes, o estudante com síndrome de Down demanda a eliminação de alguns objetivos e requer mais tempo. Não só para fazer a atividade mas também para alcançar a aprendizagem."

Para dar mais desse precioso tempo a Rafaela, sua mãe, Marisa Rogel Gomes Bezerra, concordou em deixar a filha refazer o 1º ano na escola. "Nós não temos pressa. Queremos vê-la alcançar os resultados, não importa quanto demore", diz. Os especialistas entendem que repetir uma série pode ser favorável, mas não a ponto de causar diferenças muito grandes de idade. A escola pode organizar o currículo e a progressão para atender às necessidades educacionais especiais. "Não vamos deixar que isso aconteça sempre, mas naquele momento valorizamos mais o proveito que ela tiraria dessa segunda chance. Acredito que acertamos", afirma Marisa.
A oportunidade de refazer uma série tão importante, em que se dá a alfabetização, pode ser considerada pela escola e pela família. Muitas crianças têm a chance de aproveitar melhor a escolarização, especialmente nos casos de deficiência intelectual, pois, em muitos casos, precisam de mais tempo para se desenvolver. A decisão de reter o aluno, no entanto, deve se basear em avaliações conjuntas dos especialistas, da família e da escola.
Para aprender decimais

AULA NA CANTINA Elaine usa situações práticas para ensinar números decimais a Rafaella
Na Escola Projeto Vida, em São Paulo, a memória comprometida da aluna Rafaella Bisetto Nazullo, 12 anos, e a necessidade de resolver problemas em situações mais contextualizadas para compreender estimulam a criatividade da professora de
Matemática Elaine Peres Ávila. Com microcefalia e ainda sem um diagnóstico preciso de deficiência intelectual, Rafaella cursa o 5º ano, sabe ler e escreve com dificuldade. No trabalho com os números, ela usa uma calculadora, mas o processo de compreensão exige atividades que despertem seu interesse.
Para ensinar decimais, Elaine usou anúncios de supermercado contendo as fotos dos produtos. "Procuro tirar os problemas de panf letos verdadeiros. Na sala dela, uso também propagandas de lojas de brinquedos", conta a educadora. Segundo ela, a diversificação agrada à turma toda.

A garotada generaliza, trabalhando o conceito de número decimal e sua aplicação em diferentes contextos, enquanto a menina, por enquanto, se concentra apenas no sistema monetário. "Às vezes, Rafaella acha que os colegas estão fazendo uma tarefa diferente e não gosta, mas, quando percebe que o caderno deles também está cheio de números com vírgulas, volta a se concentrar", diz. Estratégia comum na escola é a visita à cantina, onde a garota é estimulada a pensar em possíveis compras com uma determinada quantia em dinheiro. "Mostro que vários preços possuem vírgulas, ela tenta fazer as contas e, devagar, começa a entender."

Aulas assim surtiram um resultado que, não raro, surpreende a mãe da menina, Antonieta Helena Vieira Bisetto Nazullo. Ela conta que chegou a perguntar se a filha não deveria ter aulas só de Língua Portuguesa e Matemática para conseguir escrever e fazer contas. "Muitos médicos disseram que nem isso ela aprenderia. Por isso, eu buscava uma meta mais realista, sempre pensando em dar a ela alguma autonomia." Hoje, Helena comemora o fato de os professores terem negado seu pedido, o que proporcionou a Rafaella a chance de aprender também conhecimentos de História, Geografia, Arte e Ciências. "Outro dia, escutamos uma discussão sobre meio ambiente na TV e ela falou: aprendi isso na escola."
Quando menos é mais

LIÇÕES NO QUADRO As anotações de Caio são usadas pela professora para corrigir a ortografia e reforçar a alfabetização
Participar das mesmas atividades do restante da classe também é a filosofia adotada pela EMEF Olavo Pezzotti, em São Paulo, que faz apenas pequenas adequações para a inclusão de Caio Camargo Antonio, 13 anos, que tem síndrome de Down e está na 5ª série. "Pedimos que ele copie a lição do quadro-negro, como todo mundo. Depois, vamos até a carteira e vemos quanto ele conseguiu e o que consegue extrair daquilo", conta a professora de Língua Portuguesa Marisa Toledo. As palavras copiadas são usadas para correção de ortografia e reforços na alfabetização.

"No fim, as atividades dele são sempre diferentes das dos colegas, mas tentamos nos basear em algo que a sala toda esteja fazendo", afirma a professora. Nos primeiros dias de aula, por exemplo, enquanto as outras crianças se apresentavam, Caio copiou o nome de cada aluno na primeira página do caderno. Hoje, de todo o material que possui, a lista da turma é o que consegue ler com mais fluência. "Este é meu amigo. Esta mudou de escola", vai comentando depois da leitura lenta e concentrada.
Segundo Marisa, os próprios estudantes ajudam na flexibilização. "Às vezes, um vê o Caio fazendo algo errado e corrige, tentando ensiná-lo e fazendo com ele", conta. Segundo ela, a participação de outros colegas nas atividades costuma dar bons resultados. "Acho que esse é o maior ganho de todos. A convivência ensina muito."
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/tema-igual-aula-diferente-495969.shtml

Pedagogia

Ser um bom professor

quarta-feira, 13 de abril de 2011





No dia 12 de abril de 2011, o EMES- Espaço Municipal de Ensino Supletivo -se fez presente na Cerimônia de Premiação do Prêmio Construindo a Nação, do Instituto da Cidadania Brasil, que aconteceu no auditório da FIRJAN e SESI, rua Marinz e Barros, 678-Tijuca-RJ.
Onde o EMES foi premiado com o segundo lugar,na categoria EJA "Melhores Projetos de Cidadania 2010",recebendo totem, relógio de parede e placa de homenagem e agradecimento pela participação no Prêmio pelo trabalho social e educativo que desenvolveram em conjunto com seus alunos e colaboradores, de forma efetiva para o Desenvolvimento da Cidadania no Brasil.
Na cerimônia teve a participação do Grupo Musical do SESI com o repertório de Vinícius de Moraes,Elis Regina, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso, animando a platéia de alunos e professores que cantaram e dançaram com o grupo.
Ao final, a Coordenadora do Projeto,Senhora Teresa Falcão nos parabenizou, dizendo que nossa escola concorreu com várias escolas particulares da Zona Sul do Rio de Janeiro e aconselhou que nos inscrevessemos para 2011.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Diversidade na escola favorece socialização dos estudantes

Diversidade na escola favorece socialização dos estudantes
Sexta-feira, 08 de abril de 2011 - 18:34
Intérprete de libras acompanha alunos surdos durante as aulas. Foto: Fabiana CarvalhoDurante o intervalo das aulas, na escola municipal Dona Lili, em Balneário Camboriú (SC), duas crianças gesticulam incessantemente. Sorrindo, os professores só as observam de longe. Os gestos rápidos, firmes e incisivos não são acompanhados de sons. Os meninos estão conversando na linguagem brasileira de sinais (libras).

A cena, cada vez mais frequente em escolas públicas, revela resultados da política do governo federal para inclusão de estudantes com deficiência em turmas regulares. Uma campanha de televisão divulgada esta semana, promovida pelo Ministério da Educação, mostra a importância da inclusão desses estudantes e o combate ao preconceito.

Um dos estudantes da escola de Camboriú é Sanderson Ferreira, 13, surdo, matriculado na turma regular do sétimo ano. Sanderson é um dos 13 alunos com deficiência, física ou mental, atendidos na Dona Lili. São crianças com surdez, espectro autista, paralisia cerebral, síndrome de Tourette, mas que frequentam a escola comum. Durante as aulas, Sanderson é acompanhado por um intérprete de libras que repassa, na linguagem de sinais, o conteúdo explicado pelo professor.

Com dez anos de funcionamento, a escola se adaptou para atender as necessidades de seus alunos, seja nas rampas de acesso, nos intérpretes de libras ou no apoio pedagógico especial, durante as aulas e nos contraturnos. O esforço busca propiciar aos alunos com deficiência a oportunidade de adquirir conhecimento no mesmo ambiente das outras crianças.

A diretora da escola, Suzete Reinert, considera essa política como instrumento para formação não apenas intelectual das crianças. “O nosso principal objetivo é que nossos alunos aprendam, dentro de suas possibilidades, o máximo possível”, diz ela. “Porém não é só o aprendizado acadêmico, do português e da matemática, que importa. Vindo aqui, eles ganham mais independência, sociabilizam melhor e superam seus limites”, diz a diretora.

Barreira – Uma barreira no processo de inclusão é a falta de conscientização de alguns professores, que resistem à presença dos alunos em sala de aula, recusam-se a alterar seus métodos de ensino e têm dificuldades de aceitar os profissionais de apoio pedagógico especial, que auxiliam professores que possuem alunos com deficiência na sala. O trabalho do apoio especial não substitui o professor regente, o principal responsável pelo aluno.

Segundo Suzete Reinert, “é importante que os professores saibam qual é a deficiência que a criança tem, pois as necessidades de uma criança com autismo são diferentes das de um cadeirante”. Para superar a desconfiança é preciso focar na formação do professor.

Pedagoga especializada em educação especial, Giséli Vinotti faz parte da equipe de apoio pedagógico especial da escola. Ela defende a inclusão e o aprendizado das crianças com deficiência como um esforço da escola, da criança e dos pais. “Um dos problemas que enfrentamos é a resistência de alguns pais para permitir que seus filhos venham à escola, eles resistem muitas vezes por achar que a escola não vai dar a atenção necessária”, afirma Vinotti.

Escola acolhe estudante comum e cadeirante na mesma sala. Foto: Fabiana Carvalho Pai de uma aluna com espectro autista e professor de informática da Dona Lili, Jamis Correa reconhece a importância da escola na vida da filha. “Ela tem dificuldade de se adaptar à rotina e encontra isso aqui. A escola conversou com a gente e se preparou para recebê-la, hoje ela já pergunta pelas aulas do dia.”

As ações desenvolvidas na escola Dona Lili se enquadram nos projetos de inclusão da rede municipal de educação de Balneário Camboriú e são coordenados pelo Departamento de Educação Especial.

Profissionais – Implantado em 2002 para levar uma educação inclusiva de qualidade, o departamento conta com profissionais especializados, como pedagogos e educadores especiais, psicólogos, fonoaudiólogos, instrutores e intérpretes de libras, para atender 480 crianças com deficiência nas 16 escolas e 23 centros de educação infantil.

Apesar do sucesso atingido pelos programas, para a diretora do departamento, Fabiana Lorenzoni, é preciso ainda flexibilizar o currículo escolar e criar novos métodos de avaliação. “É preciso adequar os mecanismos de avaliação que serão utilizados, não podemos avaliar da mesma forma pessoas com deficiências diferentes nem aquelas que não têm deficiência.”

Para Lorenzoni, a política de educação inclusiva tem papel fundamental na construção do caráter cidadão não apenas dos deficientes atendidos, mas dos demais estudantes. Para a diretora, o contato entre alunos comuns e alunos com deficiência cria uma relação mútua de desenvolvimento. “Enquanto os alunos comuns aprendem a conviver com a diversidade, os alunos com deficiência se sociabilizam, tornando-se menos infantilizados, aprendem mais.”

Socialização – É o caso de Dionei Berto, 17, que estudou na escola Dona Lili até 2009 e hoje cursa o primeiro ano do ensino médio em turma regular da Escola Estadual Urbana Profª Francisca Alves Gevaerd. Ele sonha ser médico, joga vôlei em uma escolinha no colégio, gosta de surfe, trabalha como copeiro e, devido a uma deformidade congênita, não tem o antebraço esquerdo.

Nas aulas de surfe Dionei aumentou a autoestima e passou a se integrar melhor com os colegas. Foto: Fabiana Carvalho Dionei participou de uma escolinha de surfe vinculada à rede municipal. “Se no colégio eu ficava no meu canto, com uns poucos amigos, no surfe sempre me trataram como igual, com o tempo eu comecei a fazer mais amigos”, revela Berto.

Praticar o esporte elevou a autoestima e a confiança do adolescente, porém a discriminação não acabou. Segundo Dionei, “há as brincadeiras e os apelidos que não incomodam, dos amigos, mas têm aqueles que querem ofender, nesses casos eu fico chateado”.

Diego Rocha

Minas Gerais lança projeto educacional Professores de Família

Minas Gerais lança projeto educacional Professores de Família

domingo, 3 de abril de 2011

Projeto Óleo Vida

A vida nas trincheiras

Antes que a Primeira Guerra Mundial acontecesse, as várias nações envolvidas neste conflito se preparavam com uma opulenta tecnologia militar. Dessa forma, quando a “Grande Guerra” eclodiu, em 1914, o tempo de movimentação das tropas durou muito pouco tempo. Estava claro que ambos os lados eram belicamente poderosos e que o menor avanço territorial só aconteceria ao custo de milhares de vidas.

Dessa forma, os soldados de ambos os lados passaram a cavar trincheiras de onde tentavam, ao mesmo tempo, se proteger e atacar. Geralmente, uma trincheira era aberta pela tropa e contava com cerca de 2,30 metros de profundidade, por dois metros de largura. No ponto mais alto, eram colocados sacos de areia e arames farpados que protegeriam os soldados das balas e dos estilhaços das bombas. Além disso, um degrau interno chamado “fire step” permitia a observação dos inimigos.

Para que as tropas inimigas não conseguissem conquistar uma trincheira em um único ataque, os soldados tinham o cuidado de não construí-las em linha reta. Trincheiras auxiliares e perpendiculares também eram construídas para que o tempo de reação a um ataque fosse ampliado. Apesar da proteção, uma bomba certeira ou uma rajada de tiros oportuna poderia deixar vários soldados feridos. As mortes repentinas e os ataques inesperados eram constantes.

Além do poder das armas, a própria trincheira era outra inimiga para os soldados que se amotinavam naquele espaço insalubre. Os mortos que se acumulavam nas trincheiras eram um grande chamariz para os ratos que se alimentavam da carne pútrida dos corpos. Entre as doenças usualmente contraídas nas trincheiras se destacavam a “febre de trincheira”, reconhecida por fortes dores no corpo e febre alta; e o “pé de trincheira”, uma espécie de micose que poderia resultar em gangrena e amputação.

Entre duas trincheiras inimigas ficava a chamada “terra de ninguém”, onde arame farpado e corpos em decomposição eram bastante recorrentes. A presença naquele território era bastante arriscada e só acontecia pelo uso de frentes muito bem armadas. Geralmente, um soldado assumia várias funções no campo de batalha, tendo suas forças utilizadas para o combate, a manutenção das tropas, o apoio reserva e nos terríveis dias que passavam na própria trincheira.

Mais que uma simples estratégia militar, as trincheiras representavam intensamente os horrores vividos ao longo da Primeira Guerra Mundial. Submetidos a condições de vidas extremas, milhares de soldados morreram em prol de um conflito em que a competição imperialista era sua razão maior. Pela primeira vez, a capacidade dos homens matarem atingiu patamares que abalavam aquela imagem de razão e prosperidade que justificava o capitalismo monopolista.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

As Grandes Navegações

Usualmente, para compreendermos o advento das grandes navegações, fazemos uma associação entre o reavivamento comercial da Baixa Idade Média, a formação dos Estados Nacionais e a ascensão da burguesia para compreendermos tal experiência histórica. A primeira nação a reunir esse conjunto de características específicas foi Portugal, logo depois da Revolução de Avis.

Com essa revolução, ocorrida em 1385, Portugal promoveu uma associação entre sua nascente burguesia mercantil e o novo Estado Nacional ali consolidado. Desde o reino de Dom João I, Portugal sofreu um processo de uniformização tributário e monetário capaz de ampliar os negócios da burguesia e fortalecer economicamente a Coroa. Nessa época, as especiarias orientais eram de grande valia e procura no mercado Europeu. Desde o século XII, a entrada dos produtos orientais se dava pelo monopólio exercido pelos comerciantes italianos e árabes.

Visando superar a dependência para com esse dois atravessadores, Portugal promoveu esforços para criar uma rota que ligasse diretamente os comerciantes portugueses aos povos do Oriente. Dom Henrique (1394 – 1460), príncipe português, reuniu na cidade de Sagres vários navegantes, cartógrafos, marinheiros e cosmógrafos dispostos a desenvolver conhecimentos no campo marítimo. Objetivando contornar o continente africano, o século XV assistiu o desenvolvimento da expansão marítima de Portugal. No ano de 1435, um grupo de 2500 desembarcou nas Ilhas Canárias dando início à formação das primeiras colônias portuguesas.

Em seguida, os portugueses partiram ao Cabo do Bojador, no litoral africano, até então definido como um dos limites máximos do mundo conhecido. Em 1434, o navegador Gil Eanes, ultrapassou o cabo abrindo portas para a conquista lusitana sob o litoral africano. Depois de formar novos entrepostos pela Costa Africana, um novo limite viria a ser superado. Em 1488, Bartolomeu Dias chegou ao Cabo da Boa Esperança definindo mais nitidamente a possibilidade de uma rota para o Oriente. Dez anos mais tarde, o navegador Vasco da Gama chegou à cidade indiana de Calicute e voltou a Portugal com uma embarcação cheia de especiarias.

No meio tempo em que Portugal despontou em sua expansão marítima, a Espanha se envolveu no processo de expulsão dos mouros da Península Ibérica. O fim da chamada Guerra de Reconquista possibilitou a inserção dos espanhóis na corrida de expansão marítima. Atraídos pelo projeto do navegador genovês Cristóvão Colombo, a Espanha decidiu financiar a expedição do explorador italiano, em 1492. De acordo com o plano de Colombo, seria possível alcançar-se o Oriente navegando-se pelo Ocidente. Dessa aventura marítima, a Coroa Espanhola descobre o continente americano. A partir de então, a Espanha inaugurou uma nova área de exploração econômica.

Abrindo a rivalidade entre Portugal e Espanha, ambos os reinos buscaram assinar tratados definidores das regiões a serem por cada um deles. Em 1493, a Bula Intercoetera estabeleceu as terras a 100 léguas de Cabo Verde como região de posse portuguesa. No ano seguinte, Portugal solicitou o alargamento das fronteiras para 370 léguas de Cabo Verde. Essa revisão abre uma discussão sobre a possibilidade de navegadores portugueses já conhecerem terras ao sul do continente americano.

No ano de 1500, o navegante português Pedro Álvares Cabral anunciou a descoberta do Brasil. Com isso, os processos de exploração da América e a transferência do eixo econômico mundial iniciaram um novo período na economia mercantil européia. Ao longo do século XVI, outras nações, como Holanda, França e Inglaterra questionaram o monopólio ibérico realizando invasões ao continente americano e praticando a pirataria.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Brasil Colônia - História do Brasil - Brasil Escola

sábado, 2 de abril de 2011

Projeto Quem Sou Eu? Quem é Você? Quem somos Nós?

Comemoração do Dia da Consciência Negra

Depoimento de aluno surdo

Líderes devem perceber se reuniões atrapalham para torná-las mais eficientes

Líderes devem perceber se reuniões atrapalham para torná-las mais eficientes

Por: Camila F. de Mendonça
01/04/11 - 13h52
InfoMoney

SÃO PAULO – Quando um e-mail com o assunto “reunião” aparece na caixa de entrada dos profissionais, ele pode provocar diversas reações, pois se alguns veem esses encontros como um dos meios para resolver pendências, outros os consideram interrupções desnecessárias na rotina de trabalho. E, no fim das contas, as reuniões podem ser de fato eficazes ou ineficientes, se o líder não souber perceber até que ponto elas atrapalham ou ajudam os colaboradoras.

E para que serve uma reunião? Na avaliação das especialistas consultadas – a coordenadora de Consultoria da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Veridiana Germano, e a headhunter da De Bernt Entschev Human Capital, Ariadne Tomczak – as reuniões têm sim uma razão de ser, pois elas reúnem em um só momento todos aqueles que estão envolvidos em um só projeto. E nesse encontro tanto se discutem ideias como problemas.

Independentemente dos motivos, as reuniões devem ter um único fim: deixar claro a líderes e colaboradores quais os próximos passos a serem dados e manter, acima de qualquer questão, a motivação dos profissionais em dia. “As reuniões podem até aprimorar o desempenho dos profissionais”, avalia Veridiana. Mas isso só acontece com a ajuda do líder. E para ele saber se os encontros organizados por ele mesmo ajudam ou atrapalham, é preciso que tenha uma boa relação com os seus colaboradores e uma certa proximidade a ponto de saber como é a rotina de cada um.

“O líder consegue identificar isso com o resultado do trabalho dos colaboradores”, ressalta Ariadne. “Quando o rendimento aumenta, os resultados são atingidos, o clima entre os profissionais é bom, a reunião gera ideias e os colaboradores se envolvem é um sinal de que os encontros estão ajudando a equipe”, completa Veridiana. Por outro lado, as consequências opostas demonstram que, talvez, é hora de o líder mudar de estratégia. “Quando a espontaneidade do colaborador no encontro fica limitada algo pode estar errado”.

Entre erros e acertos
Fazer reuniões constantes para resolver pequenas pendências ou mesmo focar os encontros em cobranças e brigas pode não ser saudável e, além de prejudicar a rotina do colaborador, pode também desmotivá-lo. Para as especialistas, reuniões com o objetivo de cobrar e persistir em erros só atrapalham.

Reuniões de última hora, exceto em emergências, e aquelas que demoram horas e não resolvem nem discutem nada também só prejudicam os profissionais. Quebrar a rotina com encontros diários prejudica o rendimento do profissional, uma vez que há um intervalo de tempo para retomar as atividades que ele estava executando. Sem contar os contatos perdidos e os e-mails que se acumulam durante a ausência.

Convocar uma reunião sem ter anotado todos os pontos que devem ser mencionados e o foco que deve conduzir o encontro leva a um outro problema que atrapalha a rotina dos profissionais: a dispersão.

Reuniões eficientes
Para resolver os possíveis problemas que uma reunião pode causar na rotina do trabalho, as especialistas recomendam aos líderes alguns passos para que os encontros se tornem ferramentas eficientes. O primeiro deles é o planejamento. “A reunião pode ajudar quando ela é planejada e quando atende as reais necessidades da equipe”, atenta Veridiana. “Quando você planeja, com certeza, a reunião se torna mais eficiente”, considera Ariadne.

Esse planejamento envolve, dentre outros aspectos, escolher o melhor dia e horário para o encontro, tendo em vista a rotina dos colaboradores – por isso conhecê-la é importante – e avisá-los com antecedência, para que eles também se planejem. Outro ponto que o líder deve atentar é sobre o objetivo e necessidade da reunião. Muitas vezes, o melhor é acumular os assuntos a serem tratados em uma única reunião, impedindo que se realize uma série de encontros que podem não gerar tantos resultados.

Anotar todos os pontos que devem ser tratados no encontro não basta. O gestor deve saber enunciá-los com clareza. “É muito importante que o líder passe a mensagem”, reforça Ariadne. Manter o foco nessa hora ajuda a otimizar o tempo. Selecionar os participantes da reunião também ajuda a torná-la eficiente. Dependendo do assunto, nem todos os colaboradores precisam participar do encontro.

Essa seleção também ajuda a diminuir a dispersão. Mas não é o fator suficiente. “Isso também dependerá da maturidade da equipe”, afirma a hedhunter. Para ela, abrir espaço para a participação dos colaboradores nem sempre é necessário. Para Veridiana, essa possibilidade tem de existir, mas com cautela.

Estabelecer um tempo de início e fim e cumpri-lo é outro fator que contribui para que os impactos negativos da reunião na rotina dos colaboradores sejam minimizados. “O tempo de duração da reunião dependerá de quais são as pessoas envolvidas e o assunto a ser tratado. Se for um problema, por exemplo, uma hora é suficiente”, afirma Ariadne. Problemas rotineiros e assuntos de pouco impacto na equipe devem ser tratados no menor tempo possível. “Perceber o que demanda mais tempo cabe ao líder. Ele precisa estar atento a isso”, completa.